sábado, 29 de novembro de 2008

Vícios destrutivos

Estar ocupado não é uma coisa que me acontece com muita frequência nos últimos tempos. Normalmente se não estou andando e conversando, fico parado e conversando ou quando mais uma variação disso, jogando vídeo game e conversando. Mas para toda regra existe a exceção, e essa semana de janeiro de 2007 foi uma exceção.

E nesse mês de janeiro um amigo meu, vulgo Lucas, descobriu na internet um jogo chamado "Gunz", não sou jogador desses jogos on line( primeiro porque não tenho uma internet boa, segundo porque sei que vicia rápido), mas dessa vez fui seduzido, e comecei a jogar na casa do tal Lucas. Joguei o jogo por um tempo e descobri que:

1- O objetivo principal do jogo, é você ser mais rápido que todo mundo e dar tiro mais rápido, e trocar espadadas, ficar pulando pelas paredes, etc.

2- Não existe enredo, simplesmente gente se batendo por motivo nenhum.

3- O quão viciado você é conta muito nesse jogo, se não for viciado vai ficar sempre perdendo.

Mas continuei jogando, dia após dia, e cada dia evoluindo, matando e morrendo. A cada dia mais gente conhecida entrava no jogo, e ficava cada vez mais divertido. Os dias viraram semanas, e muita gente conhecida estava no jogo. Tudo virou "Gunz", as conversas giravam ao redor do jogo, as gírias eram as mesmas usadas no jogo. Depois de muito tempo jogando aquilo minha visão começou a piorar, comecei a enxergar no canto inferiror da vista a mesma caixa de diálogo do jogo, mesmo não estando jogando no momento. Na rua as vezes eu exergava a maldita caixa de texto no canto do olho, foi bem perturbador.

Não parei por aí, na mesma época que o vício tinha se tornado perigoso, os pais do lucas viajaram por 4 dias, e nesses quatro dias, eu jogava uma média de 15 ou 16 horas por dia, atirando e levando tiro. Chegava na casa dele por volta do meio dia e saía a noite. Eu tinha que ir dormir em casa, Lucas pelo contrário jogava mesmo durante a madrugada, virava noites jogando. No quinto dia, quando os pais dele deveriam voltar, fui tentar jogar mais um pouco antes de voltar a rotina de jogo menos destrutiva. Toquei a campainha e Lucas veio atender, olhei pra ele e ví um zumbi, a aparência estava péssima, seus olhos fundos e vermelhos como sangue, despenteado, fedendo. Senti medo de me tornar aquilo, joguei mais agum tempo, mas não era a mesma coisa, o jogo havia perdido a magia, era só mais um jogo e não mais "o jogo".

Com o passar dos dias fui diminuindo a frequencia até parar, e nunca mais joguei. Comecei a olhar a vida de outra forma, os dias eram mais claros, as cores mais vivas, o ar mais puro. Por outro lado nem todos se libertam do mal, em janeiro de 2009 vão fazer dois anos da descoberta do jogo, e até hoje Lucas joga compulsivamente( enquanto escrevo esse artigo vejo em meu msn que ele está jogando), mas tudo tem salvação, orem pela alma dele.


E a lição de hoje é: " Liberte-se de seus vícios e viva a vida como nunca".

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Roubando casas


À primeira impressão parece que me entreguei finalmente à marginalidade total e me tornei um ladrão de casas, certo?, Errado. Esse foi um engano muito chato, mas que dá um bom conto. E sim, isso é verídico.

Era 90 e alguma coisa não me lembro bem, . Era comum nessa época, as pessoas se mudarem dos apartamentos e deixarem algumas coisas inúteis pra trás, cabides, pedaços de madeira, porcarias no geral, mas às vezes ficavam coisas legais como, brinquedos usados, ou qualquer coisa que uma criança ache interessante. E íamos nós um grupo de umas 10 ou 15 crianças, entrando nos apartamentos vazios e levando tudo o que fosse interessante. E isso virou comum entre as crianças, todo mundo fazia, e sempre que tinha apartamento vazio, quem chegasse primeiro pegava as melhores coisas.

E em um verão estávamos eu e meu primo Felipe, sem nada pra fazer( como de costume por aqui), e soubemos que uma família iria se mudar. Pronto, vimos a oportunidade de chegar ao apartamento primeiro que todos da rua. E ficamos dias observando o apartamento, até que um dia a família realmente foi embora, apareceu um caminhão e levou a mudança, e depois de algumas horas as pessoas foram tambem. No início da mesma noite, eu e meu primo fomos enrar no apartamento, era o primeiro andar(térreo), era possível entrar pelas janelas. No entando todas estavam trancadas, fomos ver as portas do apartamento que tambem estavam trancadas.

Ficamos tentando arrombar as janelas sem sucesso, estavam presas por dentro. E foi aí que eu percebi, que logo abaixo da janela havia uma chapa de alumínio (aonde deveria haver um aparelho de ar-condicionado). Expliquei a meu primo que aquilo não era muito grosso, e que era possível tirar; peguei minha chave de fenda ( sim, eu havia levado uma, sempre são úteis para se arrombar casas), tentei tirar os parafusos e qual não foi minha surpresa, os parafusos estavam para o lado de dentro. Meu primo ficou louco de raiva e o diálogo foi mais ou menos assim:

_ Acho melhor agente ir embora, vai fazer barulho se eu tentar arrancar a chapa. Disse eu
_ Não vai não, agente tira devagar que nem vai fazer barulho. Disse Felipe
_ Essa merda é muito pesada vai acabar caindo no chão. Alertei
_ Vai nada, deixa de ser medroso e me ajuda.

Depois de muito esforço vimos que era impossível tirar sem fazer barulho. Meu primo perdeu o controle e enfiou um chute na placa que voou pra dentro da casa, o esporro foi enorme, eu olhava para os apartamentos ao lado e via as luze se acendendo e logo teria gente espiando. Eu tinha 2 opções e tinha que pensar rápido:

Opção 1: Correr como um louco e deixar o apartamento arrombado, e no dia seguinte todas as crianças iam aparecer e levar tudo de lá.

Opção 2: Entrar mesmo assim e pegar o que eu conseguisse antes de alguém aparecer.

Como uma criança que não pensa nas consequências entrei no apartamento. Meu primo veio junto e começamos a vasculhar o lugar. Dessa vez eles tinham caprichado na limpeza, não tinha sobrado nada, levaram tudo, pensava eu. Até que encontramos um cômodo fechado à chave, já estávamos encrecados mesmo, meu primo se jogou na porta e a arrombou. Dentro do cômodo tinha bastante coisa, troféis, uma bola de basquete, algumas revistas velhas, e outra coisas. Levamos tudo, pegamos tudo o que podíamos carregar e fomos embora( isso mesmo, não tinha ninguem esperando agente lá fora, fomos embora sem problemas).

Guardamos as coisas em casa mesmo, e fomos dormir o sono da recompensa. Alguns dias depois da pilhagem produtiva, estava eu voltando da escola, entrei em casa e ví que as coisas tinham desaparecido, fiquei preocupado, perguntei à meu primo das coisas e ele sabe tanto quanto eu: nada. Depois de me cansar de procurar encontrei minha mãe, não entendia o motivo mas ela estava com os olhos de quem vai matar alguém. E assim foi o diálogo:

_ Tiago, você voltou a entrar nos apartamentos das pessoas? Perguntava ela aos gritos
_ Claro que não, todo mundo sabe que só se deixa porcarias nesses apartamentos. Respondi
_ Então por que diabos, a mulher do prédio ao lado veio aqui em casa hoje cedo dizendo que viu você e o Felipe lá, na semana passada?
_ Mas.. Mas.. ela é louca, eu não fui lá não. Respodi, mas já com medo
_ Jà que não foi você, então porque a dona do apartamento veio aqui em casa pegar as coisas que segundo ela vocês roubaram?
_ O que? Mas ela não tinha ido embora?. Disse eu
_ Foi, mas tinha deixado algumas coisas pra pegar depois, e vocês dois chegaram e levaram.

A parte seguinte do diálogo eu prefiro sensurar, seguiu-se uma bela surra, e depois algumas semanas de castigo. Mas não parei por aí com os meus saques, fiz mais algumas vezes, até que fiquei mais velho e parei de querer as porcairas que ficavam pra trás.

E a lição da semana é: " Não deseje as porcarias alheias"

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Vamos fazer uma festa?

Vou contar com uma das minhas favoritas, é meio longa, mas vele a pena ler.


Num tempo muito distante, acho que em 2005 ou 2006( sei lá), eu e meu fiel escudeiro Leon( eu sei, ele tem um nome diferente,mas é gente boa pra caramba) estávamos procurando o que fazer, era dezembro, ambos estávamos de férias e cansados de jogar videogame. Fomos procurar um grande amigo nosso o Ryon( tambem tem um nome diferente eu sei, aliás se parece com Leon, mas são pessoas diferentes), na casa dele ele não estava, em qualquer dia normal eu teria desistido de procura-lo e ido fazer outra coisa, e na verdade foi exatamente o que eu fiz. Saímos eu e Leon das portas da casa do Ryon, e fomos jogar fliperama, ficamos bastante tempo jogando, até que as fichas e o dinheiro se acabaram.

E já devia ser umas 3 horas da tarde quando decidimos voltar no Ryon pra saber se ele já tinha voltado( sei lá aonde ele tinha ido). E o lafranhudo ainda não estava em casa, decidi me empenhar de corpo e alma na busca, passei mentalmente todos os endereços aonde ele poderia estar enfiado, alguns vieram rapidamente na memória e eu tratei de verificar, mas sempre era recebido com um " Não, ele não veio aqui", ou " Quem?Nunca ouvi falar.". Depois de muito tempo e suor empregados na busca, faltavam poucos lugares pra se verificar. Eu já estava exausto, tinha andado por horas e estava bastante sol( só pra se ressaltar, era verão), decidi procurar em um último endereço, uma garota que morava um pouco longe, ia ser uma boa caminhada de uns 2Km mais ou menos. Chegamos na casa da dita cuja, ela também não estava, o pai dela explicou que ela tinha ido comprar pão( ou alguma coisa do tipo) mas que não deveria demorar, não sei o motivo, mas ficamos esperando ela voltar. O pai da menina (eu nunca tinha visto na minha vida) era uma pessoa muito simpática, ofereceu coisa pra comer e beber, ligou a televisão e tudo. Mais ou menos 30 minutos desde a nossa chegada na casa da garota, e ela ainda não tinha voltado, comecei a ficar inquieto, e depois de mais alguns minutos ela chegou. Foi engraçado ver a cara dela de espanto quando abriu a porta e viu dois marmanjos sentados no sofá da casa dela comendo e vendo televisão na maior comodidade. O diálogo foi mais ou menos assim:

_Oi. Disse eu
_Oi. Ela respondeu meio sem graça
_Você por acaso sabe aonde ta o Ryon?
_ Tem alguns dias que eu não vejo ele, por que aconteceu alguma coisa?. Ela respondeu
_ Não, agente só ta procurando ele, e queria saber se ele não veio pra cá. Respondi
_ E vocês estão me esperando só pra perguntar isso?
_É, mas agente já ta indo embora. Respondi já me levantado e saindo pela porta.
-Thau.

Depois de alcançar a rua lembrei que tinha esquecido de me despedir do pai da menina, que por sinal havia nos tratado muito bem. Enfim, voltamos 2km pra casa do Ryon para enfim saber se o diabo tinha voltado pra casa, e por incrível que pareça ele tinha voltado. Depois ele contou que estava não sei aonde, fazendo não sei o que, e por sinal eu não conhecia esse endereço onde ele tinha se metido. Ficamos o final da tarde jogando videogame com ele. Ou seja, enquanto eu poderia simplesmente ter ficado em casa jogando sozinho, eu preferi andar a tarde toda procurando o Ryon para no fim da tarde acabar fazendo a mesma coisa.

Agora, depois de enrolar muito vem a tal festa. Conversamos e jogamos por algum tempo e descobrimos coisas interessantes:

1- Os pais do Ryon haviam viajado, e ele estava sozinho com o a irmã mais velha o fim de semana inteiro.
2- Nós já estávamos cansados de ficar jogando videogame.
3-A irmã dele não ia ligar se nós trouxéssemos alguns amigos.
4- A casa era grande.
5- O Lucas é maluco!( isso é outra estória).
Depois de analizar os prós e os contras resolvemos ligar pra todo mundo. A coisa saiu um pouco do controle, muita gente respondeu ao chamado. Acho que no total devia ser umas 20 pessoas.
Combinamos de fazer um churrasco e teríamos de comprar carne, nada que uma vaquinha ente os amigos não resolva, dinheiro vai e dinheiro vem e estávamos com a carne. Resolvemos não trazer bebida alcoólica para não piorar a situação de quase descontrole.

Acendemos a bonita churrasqueira que havia no quintal, trouxemos toda a aparelhagem de som de dentro da casa e botamos no quintal( inclusive uma televisão veio junto, pra passar uns clipes junto com as músicas, ideia interessante por sinal). Aí surgiu um problema, o carro da família estava estacionado no meio do quintal atrapalhando toda a movimentação, mas nada que alguns menores de idade e alguns inexperientes não resolvam. Pegamos chave do carro e estacionamos o carro em outro lugar.

Muita gente depois da organização tinha ido trocar de roupa e tomar banho,claro, em suas respectivas casas. Eu por sinal estava cansado demais pra ir em casa e fiquei por lá mesmo terminando de arrumar as coisas. Eu sei que tinha andado muito, estava cheirando mal, mas minha casa era longe e eu não queria ir lá, simplesmente entenda isso. No meio da bagunça que nós havíamos feito, achei uma arma(calma,não se espante, não era uma arma de verdade, era uma réplica de madeira de um rifle, muito bem feita por sinal, parecia de verdade) e fiquei andando com ela pela casa.
Aproximadamente às 8 horas da noite as pessoas começaram a voltar. Acendemos a churrasqueira e botamos a carne, ligamos o som bem alto e pusemos algums CDs pra tocar. Tudo estava correndo bem, a festa estava animada, estava ficando até divertido. Eu estava feliz da vida andando pela casa com a arma que havia encontrado e assim fiquei por um tempo. Não passou muito tempo desde o início da festa e eu fui verificar a porta da casa( não sei por que, mas fui ver como estavam as coisas) e com meu rifle em punho fui para a porta da frente. ao chegar percebi um carro chegando, não era a polícia fiquei aliviado, e quando fui abrir o portão e ver quem estava chegando( pensei muitas coisas, poderiam ser os donos da casa voltando mais cedo, poderiam ser vizinhos sem lugar pra estacionar, podia ser qualquer coisa), ao me aproximar do portão fui surpreendido por um só golpe vindo de fora que abriu o portão( quase me atingindo), e do lado de fora surgiu uma mulher que eu nunca havia visto na minha vida. Pronto estava lá eu com cara de pateta, com uma arma na minha mão, e com cara de totalmente culpado, fosse qual fosse meu crime. A tal mulher partiu em disparada para dentro da casa gritando o nome da irmã do Ryon( temporariamente dono da casa), pronto era a minha chance de correr e avisar pra todo mundo que alguém tinha invadido a casa, e assim fiz correndo pelo quintal. No meio da corrida percebi algo se aproximando, e era a tal mulher de novo, e dessa vez vindo com toda a velocidade, a essa altura eu já havia deixado a arma em qualquer lugar e só queria avisar pra todo mundo acabar com a festa toda. Ela passou por mim como um foguete e foi em disparada para o epicentro da festa, e foi mais ou menos assim:

_ Sai todo mundo daqui! Disse ela aos berros(a música estava bem alta, e ela bem descontrolada)

Tudo parou, desligaram o som e ficamos esperando uma explicação pra tamanho escândalo. E foram chamar o pobre do Ryon para que ele resolvesse a situação.Qual foi a surpresa dele quando viu a mulher, eu estava por perto e ele ficando de todas as cores do azul sufocante, ao branco desespero.

_Olha o que você fez na casa dos seus pais, seu irreponsavel! Continuava a mulher aos berros
_ Mas... Mas... . Tentava se explicar o pobre diabo do Ryon
_ Sai todo mundo daqui antes que eu chame a polícia pra expulsar vocês. E continuava berrando

Ninguém entendia nada, e a mulher gritava coisas e mais coisas, e todos esperando uma reação do tal dono temporário da casa. Até que ele explicou que a mulher era uma tia dele e que era melhor agente ir embora.

_ Quem mexeu no carro? Esse carro não estava naquele canto. Olha o só o que vocês fizeram com a casa. Meu Deus olha a churrasqueira. Continuava a mulher, agora avaliando o estrago, porém aos berros.

Fomos embora, e conforme íamos juntando os pertences, a mulher vinha gritando, mandando que fossemos embora no mesmo instante. No meio da confusão ficamos na rua com alguns cds, um pedaço de carne meio tostado, e muitas dúvidas. Até que alguém deu falta de um violão que havia sido deixado na casa. A solução era voltar e pedir, mas havíamos sido expulsos, como pedir pra voltar?, no fim das contas alguém foi e trouxe o violão, mas é claro com a mulher gritando às suas costas.

No fim aprendemos uma valiosa lição: " Nunca faça uma festa na casa de alguém que tenha um parente louco, que fica gritando com todo mundo".

Ah, sim outra lição: " Se ao procurar alguém você logo não o encontrar, fuja pois as coisas vão piorar" Eita,rimou.

Depois disso fui para casa, e a famosa festa ficou na lembrança das pessoas por dias, semanas, meses, bimestres, semestres e anos. Até hoje isso me tira umas boas gargalhadas.

domingo, 23 de novembro de 2008

Vespas Assassinas



É engraçado às vezes como o ócio transforma coisas estúpidas em coisas interessantes. Sem nada para se distrair agente acaba sendo atraído por qualquer coisa mesmo. E é assim que começa esse episódio.

Era o dia 11 de fevereiro de 2007, um domingo, estávamos eu, Lucas e Rodolofo no quintal da casa de Rodolfo, e tentando passar o tempo antes das aulas começarem no dia seguinte. Começamos tentando iniciar uma campanha de Rpg, o que não deu certo, pois essas coisa levam muito tempo e todos estariam atarefados apartir do dia seguinte. Mas mesmo assim tentamos começar alguma coisa naquele dia. E assim ficamos por horas e horas do dia, conversando e fazendo as fichas.

E depois de muitas horas do início da preparação, ela apareceu, linda, brilhante, e voando?. Isso mesmo, não era uma simples pessoa, era uma linda vespa. Ficamos observando o voo da dita cuja por alguns minutos, até alguem se manifestar. Ela era muito bonita, preta com detalhe em laranja e amarelo, voava bem rápido. Não sei exatamente por qual motivo, mas ficamos encantados com o inseto, talvez por medo, ou admiração, ou até inveja ( pelo fato de nenhum dos 3 poder voar).

E assim começou tudo. Não me lmbro exatamente, mas 1 dos 3 teve a brilhante idéia de capturar o inseto( não sei por que, mas quem nunca quis ter uma vespa de estimação). Começamos a bolar jeitos e maneiras de aprisionar a vespa, e os métodos iam desde a destruição do inseto até a captura em um balde. No fim das contas rodolfo trouxe um bamboo e tentou interceptar o animal, falhando asssim diversas vezes, pois a vespa era rápida mesmo.

Voltamos às pranchetas para bolar uma maneira de capturar a vespa. E no meio do planejamento encontrei um pedaço de capim, e comecei a tortura, trazia o capim bem próxima à orelha de um de meus companheiros, e o desespero era instantâneo, tapas deles mesmos uns nos outros achando que a vespa estava atacando. E fiz isso vezes e mais vezes, e sempre me divertindo e rindo.

Mas aí as coisas ficaram sérias, era hora de pôr os planos em prática. e o plano era mais ou menos assim:

" Alguém traria um balde e quando a vespa estiver perto do chão agente acerta ela. Ela ficaria presa no balde e todos ficariam felizes( exceto a vespa que seria capturada)."

E assim fizemos, Rodolfo trouxe o balde, Lucas ficou vendo a vespa voando ( a vespa voando, não o lucas) e eu fiquei perturbando ele com o pedaço de capim. Chegou a hora, Rodolfo esperou a posição certa da vespa, e jogou o balde. Na mosca (na verdade na vespa), acertou ela em cheio, ficamos felicícimos, gritamos e pulamos de alegria. Mas surgiu um grande problema a vespa estava dentro de um balde virado de tampa pra baixo no meio do quintal. Quem iria se arriscar para lenvantar o balde e possivelmente levar uma ferroada, como sempre ninguem se prontificou. E ficamos tentando bolar um jeito de tirar o inseto do balde e depois depositar em lugar mais apropriado.

No fim das contas decidimos virar o balde bem rápido, e por um saco plástico na boca do balde. E ficamos encarando obalde por minutos e mais minutos tentando arruamar coragem. Até que finalmente fomos, viramos o balde de uma vez e colocamos o saco plástico, mas nem um barulho, sem movimento algum, nada mudou.Decidimos tirar o plástico aos poucos, e olhar dentro do balde, e tiramos bem devagar, com medo da vespa voar e nos acertar. E bem devagar fomos abrindo e quando finalmente conseguimos abrir, não havia nada dentro do balde, absolutamente nada, ficamos frustados, era certeza de termos aprisionado o bicho dentro do balde e de uma hora pra outra ela desapareceu. Fiquei imaginando um grande truque de mágica, como o mágico Houdini, em que o mágico simplesmente desaparece de um lugar sem explicações no mínimo razoáveis.

E graças a essa caçada frustada ficamos entretidos por horas, até que chegou o fim do dia, e todos nos retiramos para nossos lares, com a certeza de nunca mais ver a linda vespa.

E com isso aprendemos uma valisosa lição: " Não conte com a vespa dentro do balde, ou como ovo dentro da galinha.. alguma coisa do tipo"

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Socos, Golpes e Ossos Quebrados.

Esse episódio se passou em maio em de 2008. Não acho ela uma das melhores, mas tem quem goste, e até quem ache graça.

Por volta do dia 1 de maio de 2008, estávamos eu, Lucas e Rodolfo, como sempre andando e conversando pelas ruas. E assim ficamos por horas e horas do dia, até que alguém levanta a brilhante ideia de ir procurar o Leon, para que assim a quadrilha ficasse completa.
E assim fizemos, fomos todos pelo caminho da roça em direção à casa do Leon. Ao chegar, não me lembro do motivo, mas ele não podia ir andar pela rua, mas podia ficar na portaria do prédio conversando com agente, e foi exatamente o que aconteceu, ficamos conversando por algum tempo.
Aí que as coisas se complicaram. Não sei explicar o motivo, mas comecei a dar um socos fracos no Leon, coisa de amigo sem nada pra fazer mesmo. Também não sei porque, mas todo mundo ficou animado com isso, eu dando socos cada vez mais fortes, e ele fazendo caras e caretas, aguentado e rindo. E cada vez o pessoal ficando mais empolgado, querendo que um dos dois se machucasse. E a coisa se complicando cada vez mais, surgiram novos desafios, o diálogo foi mais ou menos assim:

_Pode bater com força que eu não sinto dor. Pregava o Leon sendo atingido nas pernas.
_Cara. É melhor eu parar antes que alguém se machuque, minha mão já ta doendo. Disse eu
_ Não para não, continua. Diziam Lucas e Rodolfo
_ Pode pegar um cabo de vassoura e bater, porque eu não sinto dor. Dizia o Leon
_Tá maluco, vou quebrar a tua perna desse jeito. Diza eu tentando trazer sanidade a ele.
_Não. Pode trazer que eu não ligo. Desafiava o Leon
_ Ah é, então eu vou procurar e vou arrebentar essa tua perna. Dizia eu tentando colocar um pouco de medo nele.

E fui procurar o tal cabo de vassoura, mas não encontrei. Voltei no entanto com uma pedra de uns 10 kg que encontrei, e perguntei se servia, ele é claro disse que não podia porque ia doer muito. Então combinamos de eu dar somente mais um soco, porém seria com a força total, e assim eu fui, me concentrei( na hora não me passou pela cabeça que somos feitos de um material que é quebrável, e que eu estava desafiando a física), fechei os olhos e avancei de uma vez só.

Poucos são os sons que me fazem ficar de cabelo arrepiado, mas sem dúvida o que eu ouvi naquele instante foi um desses sons. E nunca iria conseguiu reproduzi-lo com palavras, soltei um grito bem alto e pensei:
_ Aconteceu alguma coisa, alguem se quebrou nessa brincadeira. Será que fui eu? Ou será que foi ele? Espero que tenha sido ele. Não tá doendo deve ter sido ele.

E tentei abrir a mão, qual não foi a minha surpresa quando somente respondiam 4 dedos na minha mão. O quinto dedo, vulgo mindinho, não respondia ao comando de abrir e fechar, só ficava lá parado me encarando.Olhei ao redor e todo mundo estava parado me encarando. Minha mão estava péssima, um buraco aonde deveriam haver ossos, roxa em alguns pontos, mas dor nenhuma. Como me ensinaram desde pequeno, se não dói é porque não quebrou, mas então porque diabos eu não conseguia abrir a mão?
Sái em disparada para casa dizendo:
_Desloquei meu dedo, desloquei meu dedo!

Cheguei um pouco desorientado em casa, com o desespero tomando lugar. Dei alguns socos na porta da sala esperando alguém abri-la. Enfim, fui ao hospital e descobri que havia fraturado a base do quinto dedo da mão direita, que essa era uma fratura comum em boxeadores, e que iria ficar "15 dias" engessado. A princípio achei o gesso confortável, era macio por dentro. E os quinze dias trasformaram-se em 1 mês, foi aí que os médicos constataram que os ossos tinham passado por uma rara complicação e que no fim das contas o osso tinha saido tudo do lugar e teria de fazer uma cirurgia pra corrigir.

Na época eu estudava para concursos militares, e fiquei aterrorizado com a idéia de ficar reprovado por causa desse problema. Passei pela tal cirurgia e fiquei mais 1 mês engessado, o gesso que antes era confortável ficou fedorento e coçava demais. No fim de 2 meses tirei toda a parafernalha, gesso, os pedaços de ferro que davam sustentação para os ossos, os pontos e tudo mais.Me senti um novo homem, livre dos ferros, livre do gesso. No entanto, tive problemas na reabilitação, perdi muita força no braço direito, não conseguia abrir portas, nem garrafas, nem a maioria das tarefas do cotidiano.

Pronto, fui encaminhado para uma fisioterapeuta, e lá fui me recuperando aos poucos. E hoje 7 meses depois do acidente eu ainda não consigo fechar minha mão por completo e ainda faço fisioterapia pra recuperar minha força,o mais incrível, fui informado pelos médicos que nunca mais conseguirei fechar meu dedo por completo na vida. Em uma simples brincadeira me mutilei pelo resto da vida.

E com isso aprendi uma valiosa lição: " Nunca brinque com os seus amigos, seja uma pessoas pacífica e aprenda a hora de parar."