Quem nunca sonhou com uma casa na árvore, toda criança um dia já quis ter uma. E eu tambem já quis ter, e tinha amigos que compartilhavam da mesma vontade; e é assim que começa o conto de hoje.
Não sei exatamente em que ano, eu devia ter por volta de 13 ou 14 anos, estava de férias da escola, e não tinha absolutamente nada pra fazer, éramos por volta de 15 vagabundos( vulgos amigos), que estavam sem ter lugar pra viajar e entediados. Eu na minha infância tinha muitos amigos, independente de nos gostarmos de fato éramos amigos.Não sei exatamente quem foi que teve a idéia, mas aquilo cresceu no meio da galera com força total; vamos ter uma casa na árvore.
A idade média dos organizadores da façanha, era basicamente a minha, ninguem tinha noções de engenharia, e não fazíamos idéia de como iniciar o projeto. Felizmente eu morava em um lugar bem fornecido de árvores, elas estavam por todo lado, e eram favoráveis à construção de uma casa nelas; mas não pensem que por isso seria mais fácil trabalhar, hoje eu penso que seria melhor até que essas árvores não estivessem lá, pois aí não teríamos esperança e nem teríamos tentado.
Cogitamos fazer uma vaquinha e comprar uma dessas pré-fabricadas, mas isso ia custar uma fortuna, e logo essa opção foi descartada. A segunda opção era tentar fazer de qualquer jeito e ver com fica; pareceu bem mais interessante. Novamente uma condição favorável surgiu, uma obra tinha começado perto de onde morávamos, e material de construção estava sempre sendo deixado de lado, e nós nos aproveitamos disso, conseguiamos madeira, pregos tortos, escadas velhas, coisas que os operários da obra iam jogar fora, e nós aproveitávamos; mas não pense que era só lixo, eles jogavam bastante coisa boa fora, tábua inteiras de madeira, até tinta nós conseguimos.
Na mesma semana que os recursos começaram a aparecer nós começamos as obras, escolhemos as árvores que pareciam mais sólidas no solo e começamos a levar tudo pra cima. Foi um período extremamente frustante, as obras começavam, vinha a chuva e estragava tudo o que nós tinhamos feito, e tinhamos que trabalhar pra reparar o que a chuva tinha estragado. Os nossos "operários-mirins" geralmente eram proibidos pelos pais de continuar trabalhando, e muitas vezes foram tirados do canteiro de obras na marra mesmo.
Antes de ser ter qualquer coisa pronta já se iniciavam os conflitos de poder, muitos não se gostavam, e o grupo estava ameaçando a ruir por disputas internas. Quem iria usar a casa depois de pronta ia ser um grande problema, as diferenças entre os que estavam dando o sangue na obra estavam começando a aparecer. Mas mesmo assim todos igonoravam o que ia acontecer e trabalhavamos juntos, mesmo existindo o conflito de influência.
E a lição é: " Trabalhe até quando ainda existir esperança" Não sei exatamente em que ano, eu devia ter por volta de 13 ou 14 anos, estava de férias da escola, e não tinha absolutamente nada pra fazer, éramos por volta de 15 vagabundos( vulgos amigos), que estavam sem ter lugar pra viajar e entediados. Eu na minha infância tinha muitos amigos, independente de nos gostarmos de fato éramos amigos.Não sei exatamente quem foi que teve a idéia, mas aquilo cresceu no meio da galera com força total; vamos ter uma casa na árvore.
A idade média dos organizadores da façanha, era basicamente a minha, ninguem tinha noções de engenharia, e não fazíamos idéia de como iniciar o projeto. Felizmente eu morava em um lugar bem fornecido de árvores, elas estavam por todo lado, e eram favoráveis à construção de uma casa nelas; mas não pensem que por isso seria mais fácil trabalhar, hoje eu penso que seria melhor até que essas árvores não estivessem lá, pois aí não teríamos esperança e nem teríamos tentado.
Cogitamos fazer uma vaquinha e comprar uma dessas pré-fabricadas, mas isso ia custar uma fortuna, e logo essa opção foi descartada. A segunda opção era tentar fazer de qualquer jeito e ver com fica; pareceu bem mais interessante. Novamente uma condição favorável surgiu, uma obra tinha começado perto de onde morávamos, e material de construção estava sempre sendo deixado de lado, e nós nos aproveitamos disso, conseguiamos madeira, pregos tortos, escadas velhas, coisas que os operários da obra iam jogar fora, e nós aproveitávamos; mas não pense que era só lixo, eles jogavam bastante coisa boa fora, tábua inteiras de madeira, até tinta nós conseguimos.
Na mesma semana que os recursos começaram a aparecer nós começamos as obras, escolhemos as árvores que pareciam mais sólidas no solo e começamos a levar tudo pra cima. Foi um período extremamente frustante, as obras começavam, vinha a chuva e estragava tudo o que nós tinhamos feito, e tinhamos que trabalhar pra reparar o que a chuva tinha estragado. Os nossos "operários-mirins" geralmente eram proibidos pelos pais de continuar trabalhando, e muitas vezes foram tirados do canteiro de obras na marra mesmo.
Antes de ser ter qualquer coisa pronta já se iniciavam os conflitos de poder, muitos não se gostavam, e o grupo estava ameaçando a ruir por disputas internas. Quem iria usar a casa depois de pronta ia ser um grande problema, as diferenças entre os que estavam dando o sangue na obra estavam começando a aparecer. Mas mesmo assim todos igonoravam o que ia acontecer e trabalhavamos juntos, mesmo existindo o conflito de influência.
E depois de muitas lágrimos( martelei meu dedo váias vezes), suor, gritos e frustações, a base da casa ficou pronta, era uma merda, fazia barulho quando se andava nela, e não parecia nada seguro, mas isso seria consertado com algum reforço na estrutura. Tenho certeza de que violamos diversas regras básicas de engenharia, arquitetura, física, agronomia, psicologia, oceanografia, astrologia dentre outras áreas de conhecimento, mas finalmente tinhas o nosso solo, e não precisávamos mais andar ao nível dos menos desenvolvidos.
Um dia, foi o tempo que eu aproveitei da casa ( na verdade nunca chegou a ser uma casa), pois uma tempestade muito forte se iniciou e derrubou muitas árvores das redondezas, inclusive uma das que eram usadas como sustentação da casa, depois desse dia a vontade se foi por completo, por uma dia todos nós tinhamos vivido como seres superiores e agora estávamos de volta andando no chão, isso acabou com a motivação de qualquer um. Ainda aconteceram várias tentativas menores de reconstrução, mas nenhuma vingou de verdade, a maioria dos "operários-mirins" tinha perdido as esperanças, e alguns poucos não iriam conseguir levantar o sonho de novo.