quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Ringue da vida

Sou um cara que preserva a paz acima de muitas coisas, evito confrontos diretos a todo custo. Mas em certos momentos isso é inevitável, é partir pra cima e "sair na porrada", ou viver com o rabo entre as pernas, apenas ouvindo.

E essa história começa assim, eu, com meus 16 anos, revoltado com tudo, todos me ameaçavam de alguma forma, e eu tentava a todo custo me impor no mundo. A escola era um saco, os professores uns malas, e sempre tem aquele almofadinha da sala que acha que sabe de tudo, que sempre responde bem ao professor, e até hoje eu não sei, mas esse tipo de pessoa me tira do sério muito fácil.

Esse cara era um escroto de marca maior, se vestia bem, falava bonito, era educado, e um falso. Desde o dia em que eu o ví, soube que iamos ter problemas no futuro. Nunca fui burro, mesmo não gostando da escola, eu ia bem nas provas, e era entendido nas matérias. E esse cara talvez tenha se sentido incomodado por mim, e tambem não ia com a minha cara.

Certo dia, depois de alguns desentendimentos, ficou decretado que seriamos desafetos eternos. Sempre tive muita gente que não gostava de mim, isso nunca me incomodou, as vezes precisamos de bodes espiatórios pros problemas do dia a dia, e algumas vezes esse era eu.

Como todo confronto, existe um limite entre a paz e a guerra. E naquele dia o cara passou esse limite. Estava eu, cuidando da minha vida, fazendo os trabalhos escrotos da escola na sala, esse cara aparece, fala um monte de besteiras e rasga algumas folhas do que eu escrevia. Até hoje eu não sei o motivo disso.

Discutimos na sala e ficou decidido:

"_ Te pego na saída "


A notícia se espalhou pela escola como fogo em palha seca, todos sabiam que o almofadinha tinha arrumado confusão. No fim da aula e já tinha gastado alguns minutos pensando em estratégias de combate, quais os pontos em que os socos e chutes doem mais. E o principal, caso eu estivesse na pior, rotas de fuga(haha).

Chegando ao portão principal encontrei muita gente, pessoas de outros turnos, de outras séries, parecia uma rinha de galo. Como Rocky e Ivan Drago em "Rocky IV" chegamos ao centro da roda, muita gente olhando, muita gritaria, e muita preção, o perdedor alí seria humilhado frente a escola toda. E eu não queria esse vergonha na minha ficha.

Começou, um cisca pra lá, o outro joga a mochila no chão, e partimos pra dança. Dando socos, tomando socos, fugindo, atacando, pulando, correndo e me abaixando, e depois de 5 minutos chegou o fim, ele abriu a guarda e eu entrei com o golpe final, um cruzado de direita direto nas têmporas, ele cambaleou, andou pro lado, e saiu da roda.

Eu venci, desafiei e venci. Claro que depois de alguns dias, voltei a ser esquecido, ninguem mais se lembrava do vencedor da semana anterior, e mesmo que lembrassem, que diferença faria?

E a lição é: " Aprenda os momentos de atacar e fugir"