sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Christine, o carro assassino


Na minha família nunca tivemos muitos carros, se não me engano 3 ao todo. Um deles foi um Passat, era velho, fedia e vivia dando problema, o outro foi um Gol GTI( o terceiro não importa). A pricípio era um bom carro, tinha potência e era bonito.
Ficamos com esse carro por muitos anos, enquanto todos na rua tinham carros populares, nós tinhamos um gol esportivo. Eu particularmente gostava dele, aprendi a dirigir nele. Mas como tudo na vida, ele ficou velho, começou a dar mais e mais problemas, e por ser um carro esportivo, as peças eram caríssimas. Ficamos com o carro mesmo assim, às vezes no mecânico e às vezes com agente.

Em um belo dia, saí com meu pai para comprar um saco de areia, desses de praticar boxe. Compramos o tal saco, e estávamos voltando para casa, no meio do trajeto de volta o carro começa a fazer sons estranhos, ficou engasgando até que parou. Se alguem já teve um carro desse sabe que é muito barulhento, cheguei a ficar assustado com o silêncio dentro do carro. Meu pai tentou ligar o carro de todos os jeitos e nada, pode até não ser uma auto-estrada aqui, mas é uma rua movimentada, e os carros passavam voando do nosso lado.

Finalmente desistimos de tentar ligar o carro, era impossivel. Um dos dois tinha que descer e começar a empurrar, mas nem eu nem meu pai estávamos afim de empurrar o carro por quase 10 km até em casa. Chamar o reboque ia ser uma facada, e ia demorar séculos, então decidimos revezar enquanto empurrávamos. Eu fui primeiro e comecei a mover o carro, a princípio foi bem fácil, a rua é bem asfaltada, e não estava calor. Empurrei quase 1 km até cansar, quando digo cansar, é exaustão quase completa mesmo.

Foi a vez do meu pai empurrar e eu fui pegar a direção do carro. Lá dentro era fácil, apesar da velocidade quase nula, era bem confortável. Depois de algum tempo meu pai se cansou tambem, e eu tive de voltar a empurrar, e pra completar ele não podia continuar empurrando porque tinha se machucado a alguns dias. Estava eu sozinho no meio da rua, cansado, e empurrando o carro. Não sei se é assim em todo lugar, mas aqui em especial tem sempre gente querendo ajudar, sempre aparece um na rua querendo empurrar o carro.

_ Não adianta empurrar, não está pegando, eu só vou levar pra casa. Dizia eu
_ Nem se agente empurra com velocidade? tem meus camaradas alí que podem ajudar. Alguns diziam
_ Não precisa, eu só estou levando pra casa mesmo. Respondia eu

Alguns empurravam alguns metros até eu dizer que não estava pegando, afinal de contas eu não sou de aço. Alguns carros passavam bem devagar ao meu lado, só para ver mesmo, e quando eu olhava via, senhoras, crianças e até alguns homens olhando, alguns olhavam duvidosos, outros pareciam me reprovar, outros com pena, mas acredito que o consenso era:

_ Olha que babaca!!

Já tinha feito aquele trajeto outras vezes, e não tinha percebido como era longe de casa. Meu bíceps doiam, minha cabeça doía, minhas pernas, minhas costas, tudo doía. E como toda coisa ruim vem sempre com acompanhamento, começou uma chuva dos diabos, dessas dignas de floresta esquatorial. Agora pra compensar, estava com medo de tomar uma porrada de outro carro que por ventura não me visse. Uma das piores partes era passar por quebra molas, pareciam mais paredes.

Finalmente cheguei no último km de casa, quem lê acha pouco, mas quem está empurrando um carro por quase 10km acha uma tortura. Às vezes meu pai abria a janela e me avisava que já estava chegando, como se isso fosse me confortar, mas de alguma forma não confortava. Chegando nos últimos metros, encontro um amigo meu, ele me ajudou a terminar o trajeto e colocamos o carro na garagem. Acho que nunca agradeci a ele de verdade por ter me ajudado, mas que ele saiba que sou muito grato.

Cheguei em casa mais morto do que em qualquer momento da minha vida, até hoje nunca fiz nada tão exaustivo. E no dia seguinte, praticamente tudo doía, até meus ossos, fiquei resfriado, achei que fosse morrer, até minha alma devia estar sentindo dor.

Depois desse dia o carro foi para o mecânico, e depois de alguns dias voltou a enguiçar na rua, mas nunca mais ousei empurrar aquela maquina infernal. Vendemos ela à alguns anos, espero que dono atual não esteja tendo os mesmos problemas.

E a lição é: " Não compre nada pela aparência"

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Corra que a PM vem aí

Nunca fui preso, nem nunca tive problemas sérios com a polícia. Mas quem nunca teve um momento de quase problema que jogue a primeira pedra.
Ps:."Nessa história vou poupar nomes, não acho interessante prejudicar ninguém"
É sempre muito difícil reunir todos os meus amigos, sempre tem alguém que não pode comparecer, ou alguém que não gosta de quem vai. Mas em um dia atípico conseguimos juntar bastante gente no mesmo lugar.

Decidimos ir jogar sinuca em um bar( niguém sabe jogar sinuca, íamos aprender na hora mesmo). E fomos, cada um tomando seu meio de trasporte até se juntar no bar. Éramos uns 10, por volta das 23:00(Domingo), estávamos tomando umas cervejas e jogando sinuca, quando alguém teve a brilhante idéia de invadir uma casa de festa vizinha ao bar. A princípio era uma má idéia, depois continuou sendo uma má idéia. Os muros do clube deviam ter cerca de 2m de altura, facilmente transponíveis, e dentro desse clube estava acontecendo uma festa (nada muito interessante, só gente bêbada se esbarrando).

Enquanto alguns estavam jogando sinuca, 3 integrantes do grupo decidiram colocar o plano em prática e pular no clube. Não sei por qual motivo, mas eles foram, entraram e sumiram de vista no meio da festa. Continuamos jogando sinuca, acreditando que logo os 3 sairiam de lá, engano nosso. No meio da jogatina um celular começa a tocar, não era de niguém presente e estava começando a incomodar. Enfim vimos que o celular era de um dos que tinham entrado no tal clube.

Não dava pra atender o telefone e dizer:
"_Oi. O senhor espera um pouco que o seu filho acabou de invadir o clube aqui, e depois ele liga de volta."
Dissemos que o fulano estava no banheiro, o pai dele acreditou nisso e ganhamos tempo, mas tinhamos que tirar ele de lá o mais rápido possível. Tentei ligar para um dos que estavam no clube e mandar eles saírem, conlusão:
" Os seguranças da festa perceberam vagabundos entrando pelos muros e passaram a vigiar todas as saídas, estavam mais atendos."

Pronto os 3 iam ficar lá e na melhor das hipóteses receber uma bela surra. Muita gente andava pela rua, é um clube famoso por aqui e estava bem cheio. A cada cindo minutos eu ligava para os prisioneiros da festa e eles diziam que iam sair de lá, e a cada cinco minutos o pai do fulano ligava no celular que estava com agente, dissemos umas 5 vezes que ele tinha ido ao banheiro, acho que ele não estava mais acreditando.

Era fácil pular o muro, mas eram 3 caras, quando o primeiro pulasse os outros 2 iam ficar detidos lá. O desepero começou a bater , ninguém sabia mais o que fazer, e pra completar a confusão a festa estava acabando e só dava pra sair com convite, que nenhum dos 3 tinha.

Pensamos em subornar um dos seguranças, mas se ele não aceitasse o suborno ia saber que nossos amigos estavam lá. E ficamos pensando em como ajudar os 3, as idéias estavam acabando,junto como tempo. E no meio de tudo isso, ouço um tumulto se iniciando às portas do clube, acabou pegaram eles, pensei.

Do meio do tumulto surge uma gritaria e do meio da gritaria um dos vagabundos correndo como o vento, era um dos nossos e como ele corria, os seguranças fora de forma só puderam gritar e olhar ele se distanciando:
_ Pega esse vagabundo!! Gritava um dos seguranças

Meu amigo passou bem ao meu lado na rua, duvido que ele tenha me visto. Os seguranças estavam voltando para a festa e falando pelo rádio:
_ Tem mais vagabundo com esse aí dentro, pode pegar os 2.

Os 2 iam ser pegos, isso era questão de tempo, a confusão tinha saído do controle, todo mundo na rua estava tentando entender o motivo do cara ter corrido tanto, e no meio da confusão na rua aparecem os outros 2 vagabundos, rindo e brincando um com o outro.

Eles conseguiram sair pela porta dos fundos, pois os seguranças se mobilizaram para pegar o vagabundo fugitivo. Pelo menos tinham conseguido fugir, faltava agora achar o corredor que tinha disparado rua adentro. Encontramos ele umas 2 quadras depois, sem camisa e completamente suado.

Voltamos andando e vimos parando na frente do clube 2 viaturas da polícia. Se os 2 vagabundos tivessem demorado um pouco mais de tempo, estariam saindo para dentro dos carros da polícia.

Do jeito que a rua estava, os segurança não iam encontrar os vagabundos nunca, tinha gente pra todo lado, e todos com cara de vagbundo. Fomos todos pra casa e niguém foi preso até hoje.

Ps: Nunca tente reproduzir isso em casa.

E a lição é : "Cuidado com brincadeiras mal calculadas, você pode acabar preso."

domingo, 7 de dezembro de 2008

Bicicleta de Natal



Como o natal está chegando, achei oportuna uma historinha natalina. Não é dessas bonitinhas em que alguém aparece sempre e salva o natal e todo o mundo. Essa tem um pequeno toque da minha vida.

Vamos ao que interessa, era o dia 28 de Dezembro de 90 e alguma coisa (não vou me lembrar do ano exatamente, nem que eu queira). Estávamos eu e meu grande amigo Renato, meu natal não tinha sido dos melhores em relação a presentes (nunca tive um muito bom pra falar a verdade), mas o do Renato tinha sido bem produtivo, ele ganhou um monte de presentes, inclusive uma bicicleta nova. Eu tinha a minha velha bicicleta mesmo, gostava dela, servia ao meu propósito de andar mais rápido pela rua.

Eu com a minha velha e ele com a dele novinha em folha fomos andar pelas ruas. Sentia-me mal, não por inveja, mas porque eu queria uma bicicleta nova também. E ficamos andando por horas e horas, ele todo cheio de cuidado com a bike nova, e eu metendo o pé, entrava em buracos, passava na lama, subia calçada (pra falar a verdade eu estava tentando arrebentar a minha ao máximo pra ver se ganhava uma nova também). Queria ver até aonde a minha velha agüentava e tive a idéia de descer um grande morro perto da minha casa, é uma bela descida de uns 10,00 m, quem sabe eu não destruía a minha e ganhava uma novinha depois?

Tentei convencê-lo a ir também, mas ele estava com medo ( não só de arrebentar a bike, mas de se arrebentar também). Depois de muita saliva gasta ele finalmente concordou, a subida foi um martírio, era impossível subir montado na bike e fora dela era cansativo. Lembro de ele ter me xingado bastante, mas ia ser legal descer o morro na maior velocidade, e depois parar suavemente na base, a idéia era tentadora, fazer mesmo, não era nem um pouco encorajador. Chegamos ao topo e olhamos pra baixo, era muito alto, tentei calcular a descida e prever o que eu ia precisar fazer pra não me arrebentar, vi que no meio do morro tinha uma deformidade, mas eu conseguiria passar sem problemas, pensava eu.

Chegou o momento, me lembrei de um fato importante, minha bicicleta não tinha freios, os cabos tinham ido pro espaço a muito tempo, na hora de parar eu usava a sola dos pés, e em alta velocidade isso é desaconselhável. Pensei em voltar atrás, e o diálogo foi mais ou menos assim:

_ To sem freio, não vou descer essa merda assim. Disse eu

_ Agente subiu até aqui, deixa de ser cagão e vai logo. Dizia o Renato

_ Você é maluco? Olha a altura disso, eu vou ficar muito rápido, não vai dar pra parar. Dizia eu

_ Dá sim, vira a bicicleta de lado que ela para antes da rua. (Pequeno detalhe, o morro acabava na estrada que vai pro aeroporto do Rj, os carros passam a mais de 100 km quase sempre por la).

_ Com a minha eu não vou, me empresta a sua que eu vou, a sua tem freio. Propus

_ Então vai, pode usar, mas cuidado. Dizia o Renato

_ Pode deixar. Disse eu

Subi na bicicleta e fiquei pensando um tempo, se eu não conseguisse parar a tempo eu ia parar no meio da rua, se isso acontecesse era um abraço, não estaria aqui escrevendo agora. Mas como criança inconseqüente que era, desci o morro. No início tudo correu bem, era como eu planejava o vento batendo no rosto, a velocidade, foram 2 segundos felizes, mas aí vieram os problemas, a tal deformidade do morro me pegou, a roda bateu em um buraco e amassou, ficou que nem um quadrado. Perdi o controle, vi a rua chegando, puxei o freio com todas as forças e vi as borrachinas do freio ficando pra trás, tinha perdido os freios, isso não era bom sinal. Lembrei do Renato dizendo:

“Se der errado vira a bicicleta de lado que ela pára”

E quando vi que não tinha mais solução virei o guidon de lado, a bicicleta começou a virar, isso era bom. Agora vamos para uma pequena aula de física:

“Um corpo em movimento tende a continuar em movimento”

Eu não sabia dessa valiosa lição de física. Quando a bicicleta começou a virar de lado, eu continuei o movimento sem ela, caí no chão. Pedras, areia, barro, grama, bicicleta e eu, tudo misturado numa única massa, rolei, a bicicleta caiu por cima de mim, rolei por cima dela, e terminei olhando pro céu . Olhei para o lado( aonde o morro estava), e vinha vindo o Renato a toda velocidade com a minha bicicleta, pensei que ia morrer e ia acabar tudo, mas para minha surpresa ele usou os pés e parou suavemente ao meu lado.

Não quebrei um osso se quer , me ralei bastante e destruí a bicicleta dele totalmente. O Renato voltou a usar a bicicleta antiga dele, e eu continuei com a minha.

Hoje tenho mais de uma lição aprendida:

1°- “Não deixe suas coisas velhas pra trás só porque são velhas”.

2°- “Não deseje os presentes dos outros”

3°- Preste atenção às suas aulas de física na escola

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Operações de guerra


Quando eu era criança as coisas eram muito mais fáceis, sempre tinha gente na rua pra se divertir, sempre tínhamos alguma coisa pra fazer. Éramos muitos amigos e sem preocupação com nada, a não ser com a escola de vez em quando. E foi na minha infância que tive meu primeiro contato com a guerra, o sofrimento e a dor dos combatentes. Nunca estive em um campo de batalha no exterior mas já lutei nos campos nacionais, eu era combatente nas épicas "Guerras de Amêndoa".

Não sei o motivo, mas na minha rua os pés de amêndoa eram infinitos, pra todo lado tinha amêndoa, e eu aprendi uma coisa com minha sábia mãe: " Se Deus lhe deu limões, faça uma limonada com eles", no meu caso eram amêndoas, e eu tinha que arrumar uma utilidade para elas.

E foi assim que os combates se iniciaram, tinhamos munição de sobra e irresponsabilidade tambem. Penso hoje que naquela brincadeira alguem podia ter se machucado feio, mas na época nem eu nem ninguém pensava nisso. E assim começava, todo mundo saía buscando amêndoas pelo chão, outros iam buscar material de proteção e isso variava muito, podiam ser pedaços de madeira ou qualquer coisa que forneça alguma proteção, pois na hora que começavam os disparos era bom estar bem protegido.

Em um belo dia, muita gente apareceu pra combater no front, alguns caras eram bem maiores que agente ( consequêntemente mais fortes tambem). E nesse dia fui escalado para encontrar material de proteção para a trincheira, fui buscar o material. Encontrei uma porta de carro velha, não sei se tinha dono, nem se alguem ia ficar procurando, mas chamei meus companheiros e levamos a porta pra montagem da trincheira.

Tive medo dos combatentes mais antigos, eles era mais fortes, e as amêndoadas doiam bem mais. E na hora de fazer a selelção das equipes eles (é claro ficaram no mesmo time), éramos 9 ao total dentro de uma trincheira, todos com medo nos corações e amêndoas nas mãos. No outro time eram 6, duvido que estivessem com medo, mas tinham amêndoas (alguns tinham pequenas pedras).

Começou o massacre, tinhamos a porta de carro à nosso favor, mas ficar na defensiva era humilhante até para uma simples criança, vez ou outra eu me aventurava a atacar por cima da porta. Lembro bem do som de metal das amêndoas batendo na porta, eu fiquei bem perto dela (afinal eu tinha achado). Ví muitos companheiros sendo atingidos, mas infelizmente não pude prestar socorro a nenhum ferido, estava mais preocupado em continuar intacto.

Percebi que a brincadeira tinha ficado séria, ninguem do meu time queria continar no front, e os inimigos não demonstravam sinal de cansaço. Estava praticamente sozinho, muitos companheiros fugiram, outros estavam chorando escondidos, eu e mais 2 ainda estávamos batalhando. Depois de trocar muitas amêndoas percebi quer era inútil continuar na luta, comecei a planejar minha fuga, era impossível carregar a porta de carro comigo (ela era pesada demais), pedir trégua era inútil, a solução era correr.

Pensei nas coisas que ainda faria na minha vida, pensei em meus filhos, em minha mãe que me esperava em casa, mas tinha que tomar uma atitude. E assim fiz, ainda restavam 2 companheiros de pé, era o suficiente para criar a distração de que eu precisava. Olhei por cima da porta e ví que o fogo havia cessado, isso era ruim, o silêncio era terrível. Levantei de uma só vez e me pus a correr, e corri como nunca, consegui ver duas amêndoas que quase me atingiram, até que senti um forte impacto nas costas, na região dos rins, perdi as forças, caí no chão e me contorcia de dor, meus 2 companheiros ainda estavam na tricheira e me viram ser atingido.

Fui atingido enquanto estava de costas, pra ser sincero, doeu pra cacete, ficou gelado, depois quente, e depois e alguns minutos roxo. Voltei pra casa com meu ferimento, doía muito, mas não podia fraquejar diante da dor, aguentei por dias . Tenho pena até hoje dos outros que foram atingidos mais de uma vez, uma só foi o suficiente para me provocar muita dor. Nunca mais chamamos os antigos combatentes pra brincar, eles eram monstros.

E a lição de hoje é: " Não brinque com quem não sabe brincar".

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Penetras são bem vindos

A época de ir à festas de 15 anos já passou pra mim, a maioria das pessoas que conheço se ainda não entrou nos 20 está por perto. Mas já fui a algumas, e dentre elas uma se destaca, Abril de 2007, não preciso dizer de quem era a festa até porque não tem relevância.
Meus amigos conheciam a menina que iria festejar os 15 anos, eu conhecia também, mas não ia muito com a cara dela, não sei porque, simplesmente não ia. E todos receberam os convites, todos iam, Lucas, Rodolfo, Cláudio e eu não tinha um convite. Pra falar a verdade eu queria ir sim, mas se pra ir eu precisava ficar bajulando a menina só pra conseguir um convite, decidi nem tentar.

Cláudio e Lucas haviam recebido convites extras, pois tinham irmãs que eram amigas da aniversariante. Não sei o motivo mas a irmã do Cláudio não ia. Achei minha oportunidade de ir, na verdade a aniversariante não ia perder nada, ia ser computado como um convidado eu indo ou a amiga dela. E Cláudio me cedeu o convite, mas não ia ser fácil simplesmente aparecer na porta da festa simplesmente porque eu tinha um convite, decidimos falar com a menina antes da festa e ver se estava tudo bem eu ir no lugar da desistente, não conseguimos falar com ela por dias.

Chegou o dia da festa, eu tinha um convite, mas não tinha falado com a aniversariante ( pequeno detalhe, acho que ela tambem não vai com a minha cara). Em dia de aniversário de 15 é mais fácil ir falar com o Papa em pessoa a conseguir achar a aniversariante, nesse dia parece que ficam ocupadas se produzindo, e incomunicaveis. Não dava pra perder a oportunidade de ir na festa simplesmente porque ela não sabia que eu ia, ou porque ela não gostava de mim. Passou o dia, e nós ligamos o dia todo e não conseguimos falar com a menina.

Fui mesmo assim, afinal era aniversário dela e eu esprava bom humor pelo menos naquele dia. Chegamos de taxi na entrada do salão, sinceramente tive medo de aparecer na porta e ser colocado pra fora por não ser um convidado, e por isso mandamos o Lucas ir na frente e avisar que eu estava lá, afinal ele era o mais íntimo dela no grupo, e ele depois de muito reclamar foi. Depois voltou com a cara de meio constrangido e relatou o seguinte:

" Entrei no salão e ela está bem na porta vendo todo mundo entrar, falei com ela que você tava aqui, ela fechou a cara na hora, acho que ela não gostou muito da surpresa não. Mas disse que você pode entrar".

Ficamos na porta um tempo antes de entrar, e o diálogo foi mais ou menos assim:

_ Vamos entrar, aqui fora ta ficando frio. Dizia Rodolfo
_ Tem certeza, ela não gostou de saber dessa estória do Tiago aqui. Disse o Lucas
_ Porra, agente pagou o taxi até aqui, eu só volto depois de comer aí dentro. Dizia Eu
_ Então agente faz o seguinte, eu( Rodolfo) fui o único que trouxe presente, eu dou o presente pro Tiago entregar pra ela no meu lugar, e ela vai ficar feliz da vida. Propôs Rodolfo

Colocamos em prática o plano, eu entrei primeiro e ela estava na porta, bem produzida em um vestido bem grande. Abri meu sorriso de bolso( sorriso forçado) e fui falar com ela, não aprecia feliz mas tambem não ia me expulsar pareceu bom, entreguei o presente e fomos pegar uma mesa. Sentamos em um lugar bem ruim o garçom só chegava com sobras, e a cerveja sempre quente. Depois de alguns minutos Lucas e Rodolfo encontraram uma menina que era amiga de não sei quem, mas não conhecia ninguem na festa( além da aniversariante , é claro), e queria se sentar na nossa mesa. Concordamos, e ficamos conversando e eu bebendo a maldita cerveja quente, ela parecia simpática a primeira vista ( a menina , a cerveja não era nem um pouco simpática).

A festa se passou fomos para nossas casas, e todos ficamos felizes. A aniversariante continua não indo com a minha cara, e todos seguimos nossos caminhos. Na segunda feira após a festa, voltei à minha rotina, e isso inclúi voltar ao curso. E no intervalo entre as aulas estava eu batendo papo com um amigo meu, e colocando os aconteciemntos do fim de semana em dia, foi mais ou menos assim:

_ Esse fim de semana fui numa festa de 15 anos legal cara, me diverti pra caramba. Disse eu
_ Meu fim de semana foi uma merda.... bla, bla, bla... Disse ele
_ E essa festa foi aonde? Perguntou ele
_ Num salão....( disse aonde foi). Respondi
_ Conheceu alguma menina legal lá? Continuou ele perguntando
_ Ah, teve uma garota que se sentou na nossa mesa, e ficou conversando com agente, o nome dela era...( disse o nome, que prefiro não expor, para me poupar de maiores problemas). Disse eu
_ Sabe de onde ela é? Ele perguntando de novo.
_ Sei, ela mora aqui perto, o namorado dela é um tal de...( Disse o nome do cara que ela tinha dito ser o namorado dela).
_ Eu sei quem é, esse cara é meu primo. Disse ele
_ Que coincidência. Disse eu
_ Eu tava com ele esse fim de semana, ela falou pra ele que estava doente, não disse nada sobre festa. Começou ele se alterando ligeiramente.
_ Mas então ela enganou seu primo porque estava com agente. Disse eu
_ Eu vou ligar pra ele, e colocar essa estória a limpo. Dizia ele

Ele ligou, não conseguiu falar com o primo, voltamos pra sala. E no dia seguinte meu amigo me contou que tinha falado com o primo, e que ele (primo) e a namorada tinham brigado por causa disso. A menina depois colocou em mim a culpa pela briga, pois eu tinha espalhado que ela estava na festa. Foi uma terrível coincidência.

E a lição do hoje é: " Cuidado com o que vai falar pois a coicidência pode te pegar."