sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Christine, o carro assassino


Na minha família nunca tivemos muitos carros, se não me engano 3 ao todo. Um deles foi um Passat, era velho, fedia e vivia dando problema, o outro foi um Gol GTI( o terceiro não importa). A pricípio era um bom carro, tinha potência e era bonito.
Ficamos com esse carro por muitos anos, enquanto todos na rua tinham carros populares, nós tinhamos um gol esportivo. Eu particularmente gostava dele, aprendi a dirigir nele. Mas como tudo na vida, ele ficou velho, começou a dar mais e mais problemas, e por ser um carro esportivo, as peças eram caríssimas. Ficamos com o carro mesmo assim, às vezes no mecânico e às vezes com agente.

Em um belo dia, saí com meu pai para comprar um saco de areia, desses de praticar boxe. Compramos o tal saco, e estávamos voltando para casa, no meio do trajeto de volta o carro começa a fazer sons estranhos, ficou engasgando até que parou. Se alguem já teve um carro desse sabe que é muito barulhento, cheguei a ficar assustado com o silêncio dentro do carro. Meu pai tentou ligar o carro de todos os jeitos e nada, pode até não ser uma auto-estrada aqui, mas é uma rua movimentada, e os carros passavam voando do nosso lado.

Finalmente desistimos de tentar ligar o carro, era impossivel. Um dos dois tinha que descer e começar a empurrar, mas nem eu nem meu pai estávamos afim de empurrar o carro por quase 10 km até em casa. Chamar o reboque ia ser uma facada, e ia demorar séculos, então decidimos revezar enquanto empurrávamos. Eu fui primeiro e comecei a mover o carro, a princípio foi bem fácil, a rua é bem asfaltada, e não estava calor. Empurrei quase 1 km até cansar, quando digo cansar, é exaustão quase completa mesmo.

Foi a vez do meu pai empurrar e eu fui pegar a direção do carro. Lá dentro era fácil, apesar da velocidade quase nula, era bem confortável. Depois de algum tempo meu pai se cansou tambem, e eu tive de voltar a empurrar, e pra completar ele não podia continuar empurrando porque tinha se machucado a alguns dias. Estava eu sozinho no meio da rua, cansado, e empurrando o carro. Não sei se é assim em todo lugar, mas aqui em especial tem sempre gente querendo ajudar, sempre aparece um na rua querendo empurrar o carro.

_ Não adianta empurrar, não está pegando, eu só vou levar pra casa. Dizia eu
_ Nem se agente empurra com velocidade? tem meus camaradas alí que podem ajudar. Alguns diziam
_ Não precisa, eu só estou levando pra casa mesmo. Respondia eu

Alguns empurravam alguns metros até eu dizer que não estava pegando, afinal de contas eu não sou de aço. Alguns carros passavam bem devagar ao meu lado, só para ver mesmo, e quando eu olhava via, senhoras, crianças e até alguns homens olhando, alguns olhavam duvidosos, outros pareciam me reprovar, outros com pena, mas acredito que o consenso era:

_ Olha que babaca!!

Já tinha feito aquele trajeto outras vezes, e não tinha percebido como era longe de casa. Meu bíceps doiam, minha cabeça doía, minhas pernas, minhas costas, tudo doía. E como toda coisa ruim vem sempre com acompanhamento, começou uma chuva dos diabos, dessas dignas de floresta esquatorial. Agora pra compensar, estava com medo de tomar uma porrada de outro carro que por ventura não me visse. Uma das piores partes era passar por quebra molas, pareciam mais paredes.

Finalmente cheguei no último km de casa, quem lê acha pouco, mas quem está empurrando um carro por quase 10km acha uma tortura. Às vezes meu pai abria a janela e me avisava que já estava chegando, como se isso fosse me confortar, mas de alguma forma não confortava. Chegando nos últimos metros, encontro um amigo meu, ele me ajudou a terminar o trajeto e colocamos o carro na garagem. Acho que nunca agradeci a ele de verdade por ter me ajudado, mas que ele saiba que sou muito grato.

Cheguei em casa mais morto do que em qualquer momento da minha vida, até hoje nunca fiz nada tão exaustivo. E no dia seguinte, praticamente tudo doía, até meus ossos, fiquei resfriado, achei que fosse morrer, até minha alma devia estar sentindo dor.

Depois desse dia o carro foi para o mecânico, e depois de alguns dias voltou a enguiçar na rua, mas nunca mais ousei empurrar aquela maquina infernal. Vendemos ela à alguns anos, espero que dono atual não esteja tendo os mesmos problemas.

E a lição é: " Não compre nada pela aparência"

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Corra que a PM vem aí

Nunca fui preso, nem nunca tive problemas sérios com a polícia. Mas quem nunca teve um momento de quase problema que jogue a primeira pedra.
Ps:."Nessa história vou poupar nomes, não acho interessante prejudicar ninguém"
É sempre muito difícil reunir todos os meus amigos, sempre tem alguém que não pode comparecer, ou alguém que não gosta de quem vai. Mas em um dia atípico conseguimos juntar bastante gente no mesmo lugar.

Decidimos ir jogar sinuca em um bar( niguém sabe jogar sinuca, íamos aprender na hora mesmo). E fomos, cada um tomando seu meio de trasporte até se juntar no bar. Éramos uns 10, por volta das 23:00(Domingo), estávamos tomando umas cervejas e jogando sinuca, quando alguém teve a brilhante idéia de invadir uma casa de festa vizinha ao bar. A princípio era uma má idéia, depois continuou sendo uma má idéia. Os muros do clube deviam ter cerca de 2m de altura, facilmente transponíveis, e dentro desse clube estava acontecendo uma festa (nada muito interessante, só gente bêbada se esbarrando).

Enquanto alguns estavam jogando sinuca, 3 integrantes do grupo decidiram colocar o plano em prática e pular no clube. Não sei por qual motivo, mas eles foram, entraram e sumiram de vista no meio da festa. Continuamos jogando sinuca, acreditando que logo os 3 sairiam de lá, engano nosso. No meio da jogatina um celular começa a tocar, não era de niguém presente e estava começando a incomodar. Enfim vimos que o celular era de um dos que tinham entrado no tal clube.

Não dava pra atender o telefone e dizer:
"_Oi. O senhor espera um pouco que o seu filho acabou de invadir o clube aqui, e depois ele liga de volta."
Dissemos que o fulano estava no banheiro, o pai dele acreditou nisso e ganhamos tempo, mas tinhamos que tirar ele de lá o mais rápido possível. Tentei ligar para um dos que estavam no clube e mandar eles saírem, conlusão:
" Os seguranças da festa perceberam vagabundos entrando pelos muros e passaram a vigiar todas as saídas, estavam mais atendos."

Pronto os 3 iam ficar lá e na melhor das hipóteses receber uma bela surra. Muita gente andava pela rua, é um clube famoso por aqui e estava bem cheio. A cada cindo minutos eu ligava para os prisioneiros da festa e eles diziam que iam sair de lá, e a cada cinco minutos o pai do fulano ligava no celular que estava com agente, dissemos umas 5 vezes que ele tinha ido ao banheiro, acho que ele não estava mais acreditando.

Era fácil pular o muro, mas eram 3 caras, quando o primeiro pulasse os outros 2 iam ficar detidos lá. O desepero começou a bater , ninguém sabia mais o que fazer, e pra completar a confusão a festa estava acabando e só dava pra sair com convite, que nenhum dos 3 tinha.

Pensamos em subornar um dos seguranças, mas se ele não aceitasse o suborno ia saber que nossos amigos estavam lá. E ficamos pensando em como ajudar os 3, as idéias estavam acabando,junto como tempo. E no meio de tudo isso, ouço um tumulto se iniciando às portas do clube, acabou pegaram eles, pensei.

Do meio do tumulto surge uma gritaria e do meio da gritaria um dos vagabundos correndo como o vento, era um dos nossos e como ele corria, os seguranças fora de forma só puderam gritar e olhar ele se distanciando:
_ Pega esse vagabundo!! Gritava um dos seguranças

Meu amigo passou bem ao meu lado na rua, duvido que ele tenha me visto. Os seguranças estavam voltando para a festa e falando pelo rádio:
_ Tem mais vagabundo com esse aí dentro, pode pegar os 2.

Os 2 iam ser pegos, isso era questão de tempo, a confusão tinha saído do controle, todo mundo na rua estava tentando entender o motivo do cara ter corrido tanto, e no meio da confusão na rua aparecem os outros 2 vagabundos, rindo e brincando um com o outro.

Eles conseguiram sair pela porta dos fundos, pois os seguranças se mobilizaram para pegar o vagabundo fugitivo. Pelo menos tinham conseguido fugir, faltava agora achar o corredor que tinha disparado rua adentro. Encontramos ele umas 2 quadras depois, sem camisa e completamente suado.

Voltamos andando e vimos parando na frente do clube 2 viaturas da polícia. Se os 2 vagabundos tivessem demorado um pouco mais de tempo, estariam saindo para dentro dos carros da polícia.

Do jeito que a rua estava, os segurança não iam encontrar os vagabundos nunca, tinha gente pra todo lado, e todos com cara de vagbundo. Fomos todos pra casa e niguém foi preso até hoje.

Ps: Nunca tente reproduzir isso em casa.

E a lição é : "Cuidado com brincadeiras mal calculadas, você pode acabar preso."

domingo, 7 de dezembro de 2008

Bicicleta de Natal



Como o natal está chegando, achei oportuna uma historinha natalina. Não é dessas bonitinhas em que alguém aparece sempre e salva o natal e todo o mundo. Essa tem um pequeno toque da minha vida.

Vamos ao que interessa, era o dia 28 de Dezembro de 90 e alguma coisa (não vou me lembrar do ano exatamente, nem que eu queira). Estávamos eu e meu grande amigo Renato, meu natal não tinha sido dos melhores em relação a presentes (nunca tive um muito bom pra falar a verdade), mas o do Renato tinha sido bem produtivo, ele ganhou um monte de presentes, inclusive uma bicicleta nova. Eu tinha a minha velha bicicleta mesmo, gostava dela, servia ao meu propósito de andar mais rápido pela rua.

Eu com a minha velha e ele com a dele novinha em folha fomos andar pelas ruas. Sentia-me mal, não por inveja, mas porque eu queria uma bicicleta nova também. E ficamos andando por horas e horas, ele todo cheio de cuidado com a bike nova, e eu metendo o pé, entrava em buracos, passava na lama, subia calçada (pra falar a verdade eu estava tentando arrebentar a minha ao máximo pra ver se ganhava uma nova também). Queria ver até aonde a minha velha agüentava e tive a idéia de descer um grande morro perto da minha casa, é uma bela descida de uns 10,00 m, quem sabe eu não destruía a minha e ganhava uma novinha depois?

Tentei convencê-lo a ir também, mas ele estava com medo ( não só de arrebentar a bike, mas de se arrebentar também). Depois de muita saliva gasta ele finalmente concordou, a subida foi um martírio, era impossível subir montado na bike e fora dela era cansativo. Lembro de ele ter me xingado bastante, mas ia ser legal descer o morro na maior velocidade, e depois parar suavemente na base, a idéia era tentadora, fazer mesmo, não era nem um pouco encorajador. Chegamos ao topo e olhamos pra baixo, era muito alto, tentei calcular a descida e prever o que eu ia precisar fazer pra não me arrebentar, vi que no meio do morro tinha uma deformidade, mas eu conseguiria passar sem problemas, pensava eu.

Chegou o momento, me lembrei de um fato importante, minha bicicleta não tinha freios, os cabos tinham ido pro espaço a muito tempo, na hora de parar eu usava a sola dos pés, e em alta velocidade isso é desaconselhável. Pensei em voltar atrás, e o diálogo foi mais ou menos assim:

_ To sem freio, não vou descer essa merda assim. Disse eu

_ Agente subiu até aqui, deixa de ser cagão e vai logo. Dizia o Renato

_ Você é maluco? Olha a altura disso, eu vou ficar muito rápido, não vai dar pra parar. Dizia eu

_ Dá sim, vira a bicicleta de lado que ela para antes da rua. (Pequeno detalhe, o morro acabava na estrada que vai pro aeroporto do Rj, os carros passam a mais de 100 km quase sempre por la).

_ Com a minha eu não vou, me empresta a sua que eu vou, a sua tem freio. Propus

_ Então vai, pode usar, mas cuidado. Dizia o Renato

_ Pode deixar. Disse eu

Subi na bicicleta e fiquei pensando um tempo, se eu não conseguisse parar a tempo eu ia parar no meio da rua, se isso acontecesse era um abraço, não estaria aqui escrevendo agora. Mas como criança inconseqüente que era, desci o morro. No início tudo correu bem, era como eu planejava o vento batendo no rosto, a velocidade, foram 2 segundos felizes, mas aí vieram os problemas, a tal deformidade do morro me pegou, a roda bateu em um buraco e amassou, ficou que nem um quadrado. Perdi o controle, vi a rua chegando, puxei o freio com todas as forças e vi as borrachinas do freio ficando pra trás, tinha perdido os freios, isso não era bom sinal. Lembrei do Renato dizendo:

“Se der errado vira a bicicleta de lado que ela pára”

E quando vi que não tinha mais solução virei o guidon de lado, a bicicleta começou a virar, isso era bom. Agora vamos para uma pequena aula de física:

“Um corpo em movimento tende a continuar em movimento”

Eu não sabia dessa valiosa lição de física. Quando a bicicleta começou a virar de lado, eu continuei o movimento sem ela, caí no chão. Pedras, areia, barro, grama, bicicleta e eu, tudo misturado numa única massa, rolei, a bicicleta caiu por cima de mim, rolei por cima dela, e terminei olhando pro céu . Olhei para o lado( aonde o morro estava), e vinha vindo o Renato a toda velocidade com a minha bicicleta, pensei que ia morrer e ia acabar tudo, mas para minha surpresa ele usou os pés e parou suavemente ao meu lado.

Não quebrei um osso se quer , me ralei bastante e destruí a bicicleta dele totalmente. O Renato voltou a usar a bicicleta antiga dele, e eu continuei com a minha.

Hoje tenho mais de uma lição aprendida:

1°- “Não deixe suas coisas velhas pra trás só porque são velhas”.

2°- “Não deseje os presentes dos outros”

3°- Preste atenção às suas aulas de física na escola

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Operações de guerra


Quando eu era criança as coisas eram muito mais fáceis, sempre tinha gente na rua pra se divertir, sempre tínhamos alguma coisa pra fazer. Éramos muitos amigos e sem preocupação com nada, a não ser com a escola de vez em quando. E foi na minha infância que tive meu primeiro contato com a guerra, o sofrimento e a dor dos combatentes. Nunca estive em um campo de batalha no exterior mas já lutei nos campos nacionais, eu era combatente nas épicas "Guerras de Amêndoa".

Não sei o motivo, mas na minha rua os pés de amêndoa eram infinitos, pra todo lado tinha amêndoa, e eu aprendi uma coisa com minha sábia mãe: " Se Deus lhe deu limões, faça uma limonada com eles", no meu caso eram amêndoas, e eu tinha que arrumar uma utilidade para elas.

E foi assim que os combates se iniciaram, tinhamos munição de sobra e irresponsabilidade tambem. Penso hoje que naquela brincadeira alguem podia ter se machucado feio, mas na época nem eu nem ninguém pensava nisso. E assim começava, todo mundo saía buscando amêndoas pelo chão, outros iam buscar material de proteção e isso variava muito, podiam ser pedaços de madeira ou qualquer coisa que forneça alguma proteção, pois na hora que começavam os disparos era bom estar bem protegido.

Em um belo dia, muita gente apareceu pra combater no front, alguns caras eram bem maiores que agente ( consequêntemente mais fortes tambem). E nesse dia fui escalado para encontrar material de proteção para a trincheira, fui buscar o material. Encontrei uma porta de carro velha, não sei se tinha dono, nem se alguem ia ficar procurando, mas chamei meus companheiros e levamos a porta pra montagem da trincheira.

Tive medo dos combatentes mais antigos, eles era mais fortes, e as amêndoadas doiam bem mais. E na hora de fazer a selelção das equipes eles (é claro ficaram no mesmo time), éramos 9 ao total dentro de uma trincheira, todos com medo nos corações e amêndoas nas mãos. No outro time eram 6, duvido que estivessem com medo, mas tinham amêndoas (alguns tinham pequenas pedras).

Começou o massacre, tinhamos a porta de carro à nosso favor, mas ficar na defensiva era humilhante até para uma simples criança, vez ou outra eu me aventurava a atacar por cima da porta. Lembro bem do som de metal das amêndoas batendo na porta, eu fiquei bem perto dela (afinal eu tinha achado). Ví muitos companheiros sendo atingidos, mas infelizmente não pude prestar socorro a nenhum ferido, estava mais preocupado em continuar intacto.

Percebi que a brincadeira tinha ficado séria, ninguem do meu time queria continar no front, e os inimigos não demonstravam sinal de cansaço. Estava praticamente sozinho, muitos companheiros fugiram, outros estavam chorando escondidos, eu e mais 2 ainda estávamos batalhando. Depois de trocar muitas amêndoas percebi quer era inútil continuar na luta, comecei a planejar minha fuga, era impossível carregar a porta de carro comigo (ela era pesada demais), pedir trégua era inútil, a solução era correr.

Pensei nas coisas que ainda faria na minha vida, pensei em meus filhos, em minha mãe que me esperava em casa, mas tinha que tomar uma atitude. E assim fiz, ainda restavam 2 companheiros de pé, era o suficiente para criar a distração de que eu precisava. Olhei por cima da porta e ví que o fogo havia cessado, isso era ruim, o silêncio era terrível. Levantei de uma só vez e me pus a correr, e corri como nunca, consegui ver duas amêndoas que quase me atingiram, até que senti um forte impacto nas costas, na região dos rins, perdi as forças, caí no chão e me contorcia de dor, meus 2 companheiros ainda estavam na tricheira e me viram ser atingido.

Fui atingido enquanto estava de costas, pra ser sincero, doeu pra cacete, ficou gelado, depois quente, e depois e alguns minutos roxo. Voltei pra casa com meu ferimento, doía muito, mas não podia fraquejar diante da dor, aguentei por dias . Tenho pena até hoje dos outros que foram atingidos mais de uma vez, uma só foi o suficiente para me provocar muita dor. Nunca mais chamamos os antigos combatentes pra brincar, eles eram monstros.

E a lição de hoje é: " Não brinque com quem não sabe brincar".

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Penetras são bem vindos

A época de ir à festas de 15 anos já passou pra mim, a maioria das pessoas que conheço se ainda não entrou nos 20 está por perto. Mas já fui a algumas, e dentre elas uma se destaca, Abril de 2007, não preciso dizer de quem era a festa até porque não tem relevância.
Meus amigos conheciam a menina que iria festejar os 15 anos, eu conhecia também, mas não ia muito com a cara dela, não sei porque, simplesmente não ia. E todos receberam os convites, todos iam, Lucas, Rodolfo, Cláudio e eu não tinha um convite. Pra falar a verdade eu queria ir sim, mas se pra ir eu precisava ficar bajulando a menina só pra conseguir um convite, decidi nem tentar.

Cláudio e Lucas haviam recebido convites extras, pois tinham irmãs que eram amigas da aniversariante. Não sei o motivo mas a irmã do Cláudio não ia. Achei minha oportunidade de ir, na verdade a aniversariante não ia perder nada, ia ser computado como um convidado eu indo ou a amiga dela. E Cláudio me cedeu o convite, mas não ia ser fácil simplesmente aparecer na porta da festa simplesmente porque eu tinha um convite, decidimos falar com a menina antes da festa e ver se estava tudo bem eu ir no lugar da desistente, não conseguimos falar com ela por dias.

Chegou o dia da festa, eu tinha um convite, mas não tinha falado com a aniversariante ( pequeno detalhe, acho que ela tambem não vai com a minha cara). Em dia de aniversário de 15 é mais fácil ir falar com o Papa em pessoa a conseguir achar a aniversariante, nesse dia parece que ficam ocupadas se produzindo, e incomunicaveis. Não dava pra perder a oportunidade de ir na festa simplesmente porque ela não sabia que eu ia, ou porque ela não gostava de mim. Passou o dia, e nós ligamos o dia todo e não conseguimos falar com a menina.

Fui mesmo assim, afinal era aniversário dela e eu esprava bom humor pelo menos naquele dia. Chegamos de taxi na entrada do salão, sinceramente tive medo de aparecer na porta e ser colocado pra fora por não ser um convidado, e por isso mandamos o Lucas ir na frente e avisar que eu estava lá, afinal ele era o mais íntimo dela no grupo, e ele depois de muito reclamar foi. Depois voltou com a cara de meio constrangido e relatou o seguinte:

" Entrei no salão e ela está bem na porta vendo todo mundo entrar, falei com ela que você tava aqui, ela fechou a cara na hora, acho que ela não gostou muito da surpresa não. Mas disse que você pode entrar".

Ficamos na porta um tempo antes de entrar, e o diálogo foi mais ou menos assim:

_ Vamos entrar, aqui fora ta ficando frio. Dizia Rodolfo
_ Tem certeza, ela não gostou de saber dessa estória do Tiago aqui. Disse o Lucas
_ Porra, agente pagou o taxi até aqui, eu só volto depois de comer aí dentro. Dizia Eu
_ Então agente faz o seguinte, eu( Rodolfo) fui o único que trouxe presente, eu dou o presente pro Tiago entregar pra ela no meu lugar, e ela vai ficar feliz da vida. Propôs Rodolfo

Colocamos em prática o plano, eu entrei primeiro e ela estava na porta, bem produzida em um vestido bem grande. Abri meu sorriso de bolso( sorriso forçado) e fui falar com ela, não aprecia feliz mas tambem não ia me expulsar pareceu bom, entreguei o presente e fomos pegar uma mesa. Sentamos em um lugar bem ruim o garçom só chegava com sobras, e a cerveja sempre quente. Depois de alguns minutos Lucas e Rodolfo encontraram uma menina que era amiga de não sei quem, mas não conhecia ninguem na festa( além da aniversariante , é claro), e queria se sentar na nossa mesa. Concordamos, e ficamos conversando e eu bebendo a maldita cerveja quente, ela parecia simpática a primeira vista ( a menina , a cerveja não era nem um pouco simpática).

A festa se passou fomos para nossas casas, e todos ficamos felizes. A aniversariante continua não indo com a minha cara, e todos seguimos nossos caminhos. Na segunda feira após a festa, voltei à minha rotina, e isso inclúi voltar ao curso. E no intervalo entre as aulas estava eu batendo papo com um amigo meu, e colocando os aconteciemntos do fim de semana em dia, foi mais ou menos assim:

_ Esse fim de semana fui numa festa de 15 anos legal cara, me diverti pra caramba. Disse eu
_ Meu fim de semana foi uma merda.... bla, bla, bla... Disse ele
_ E essa festa foi aonde? Perguntou ele
_ Num salão....( disse aonde foi). Respondi
_ Conheceu alguma menina legal lá? Continuou ele perguntando
_ Ah, teve uma garota que se sentou na nossa mesa, e ficou conversando com agente, o nome dela era...( disse o nome, que prefiro não expor, para me poupar de maiores problemas). Disse eu
_ Sabe de onde ela é? Ele perguntando de novo.
_ Sei, ela mora aqui perto, o namorado dela é um tal de...( Disse o nome do cara que ela tinha dito ser o namorado dela).
_ Eu sei quem é, esse cara é meu primo. Disse ele
_ Que coincidência. Disse eu
_ Eu tava com ele esse fim de semana, ela falou pra ele que estava doente, não disse nada sobre festa. Começou ele se alterando ligeiramente.
_ Mas então ela enganou seu primo porque estava com agente. Disse eu
_ Eu vou ligar pra ele, e colocar essa estória a limpo. Dizia ele

Ele ligou, não conseguiu falar com o primo, voltamos pra sala. E no dia seguinte meu amigo me contou que tinha falado com o primo, e que ele (primo) e a namorada tinham brigado por causa disso. A menina depois colocou em mim a culpa pela briga, pois eu tinha espalhado que ela estava na festa. Foi uma terrível coincidência.

E a lição do hoje é: " Cuidado com o que vai falar pois a coicidência pode te pegar."

sábado, 29 de novembro de 2008

Vícios destrutivos

Estar ocupado não é uma coisa que me acontece com muita frequência nos últimos tempos. Normalmente se não estou andando e conversando, fico parado e conversando ou quando mais uma variação disso, jogando vídeo game e conversando. Mas para toda regra existe a exceção, e essa semana de janeiro de 2007 foi uma exceção.

E nesse mês de janeiro um amigo meu, vulgo Lucas, descobriu na internet um jogo chamado "Gunz", não sou jogador desses jogos on line( primeiro porque não tenho uma internet boa, segundo porque sei que vicia rápido), mas dessa vez fui seduzido, e comecei a jogar na casa do tal Lucas. Joguei o jogo por um tempo e descobri que:

1- O objetivo principal do jogo, é você ser mais rápido que todo mundo e dar tiro mais rápido, e trocar espadadas, ficar pulando pelas paredes, etc.

2- Não existe enredo, simplesmente gente se batendo por motivo nenhum.

3- O quão viciado você é conta muito nesse jogo, se não for viciado vai ficar sempre perdendo.

Mas continuei jogando, dia após dia, e cada dia evoluindo, matando e morrendo. A cada dia mais gente conhecida entrava no jogo, e ficava cada vez mais divertido. Os dias viraram semanas, e muita gente conhecida estava no jogo. Tudo virou "Gunz", as conversas giravam ao redor do jogo, as gírias eram as mesmas usadas no jogo. Depois de muito tempo jogando aquilo minha visão começou a piorar, comecei a enxergar no canto inferiror da vista a mesma caixa de diálogo do jogo, mesmo não estando jogando no momento. Na rua as vezes eu exergava a maldita caixa de texto no canto do olho, foi bem perturbador.

Não parei por aí, na mesma época que o vício tinha se tornado perigoso, os pais do lucas viajaram por 4 dias, e nesses quatro dias, eu jogava uma média de 15 ou 16 horas por dia, atirando e levando tiro. Chegava na casa dele por volta do meio dia e saía a noite. Eu tinha que ir dormir em casa, Lucas pelo contrário jogava mesmo durante a madrugada, virava noites jogando. No quinto dia, quando os pais dele deveriam voltar, fui tentar jogar mais um pouco antes de voltar a rotina de jogo menos destrutiva. Toquei a campainha e Lucas veio atender, olhei pra ele e ví um zumbi, a aparência estava péssima, seus olhos fundos e vermelhos como sangue, despenteado, fedendo. Senti medo de me tornar aquilo, joguei mais agum tempo, mas não era a mesma coisa, o jogo havia perdido a magia, era só mais um jogo e não mais "o jogo".

Com o passar dos dias fui diminuindo a frequencia até parar, e nunca mais joguei. Comecei a olhar a vida de outra forma, os dias eram mais claros, as cores mais vivas, o ar mais puro. Por outro lado nem todos se libertam do mal, em janeiro de 2009 vão fazer dois anos da descoberta do jogo, e até hoje Lucas joga compulsivamente( enquanto escrevo esse artigo vejo em meu msn que ele está jogando), mas tudo tem salvação, orem pela alma dele.


E a lição de hoje é: " Liberte-se de seus vícios e viva a vida como nunca".

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Roubando casas


À primeira impressão parece que me entreguei finalmente à marginalidade total e me tornei um ladrão de casas, certo?, Errado. Esse foi um engano muito chato, mas que dá um bom conto. E sim, isso é verídico.

Era 90 e alguma coisa não me lembro bem, . Era comum nessa época, as pessoas se mudarem dos apartamentos e deixarem algumas coisas inúteis pra trás, cabides, pedaços de madeira, porcarias no geral, mas às vezes ficavam coisas legais como, brinquedos usados, ou qualquer coisa que uma criança ache interessante. E íamos nós um grupo de umas 10 ou 15 crianças, entrando nos apartamentos vazios e levando tudo o que fosse interessante. E isso virou comum entre as crianças, todo mundo fazia, e sempre que tinha apartamento vazio, quem chegasse primeiro pegava as melhores coisas.

E em um verão estávamos eu e meu primo Felipe, sem nada pra fazer( como de costume por aqui), e soubemos que uma família iria se mudar. Pronto, vimos a oportunidade de chegar ao apartamento primeiro que todos da rua. E ficamos dias observando o apartamento, até que um dia a família realmente foi embora, apareceu um caminhão e levou a mudança, e depois de algumas horas as pessoas foram tambem. No início da mesma noite, eu e meu primo fomos enrar no apartamento, era o primeiro andar(térreo), era possível entrar pelas janelas. No entando todas estavam trancadas, fomos ver as portas do apartamento que tambem estavam trancadas.

Ficamos tentando arrombar as janelas sem sucesso, estavam presas por dentro. E foi aí que eu percebi, que logo abaixo da janela havia uma chapa de alumínio (aonde deveria haver um aparelho de ar-condicionado). Expliquei a meu primo que aquilo não era muito grosso, e que era possível tirar; peguei minha chave de fenda ( sim, eu havia levado uma, sempre são úteis para se arrombar casas), tentei tirar os parafusos e qual não foi minha surpresa, os parafusos estavam para o lado de dentro. Meu primo ficou louco de raiva e o diálogo foi mais ou menos assim:

_ Acho melhor agente ir embora, vai fazer barulho se eu tentar arrancar a chapa. Disse eu
_ Não vai não, agente tira devagar que nem vai fazer barulho. Disse Felipe
_ Essa merda é muito pesada vai acabar caindo no chão. Alertei
_ Vai nada, deixa de ser medroso e me ajuda.

Depois de muito esforço vimos que era impossível tirar sem fazer barulho. Meu primo perdeu o controle e enfiou um chute na placa que voou pra dentro da casa, o esporro foi enorme, eu olhava para os apartamentos ao lado e via as luze se acendendo e logo teria gente espiando. Eu tinha 2 opções e tinha que pensar rápido:

Opção 1: Correr como um louco e deixar o apartamento arrombado, e no dia seguinte todas as crianças iam aparecer e levar tudo de lá.

Opção 2: Entrar mesmo assim e pegar o que eu conseguisse antes de alguém aparecer.

Como uma criança que não pensa nas consequências entrei no apartamento. Meu primo veio junto e começamos a vasculhar o lugar. Dessa vez eles tinham caprichado na limpeza, não tinha sobrado nada, levaram tudo, pensava eu. Até que encontramos um cômodo fechado à chave, já estávamos encrecados mesmo, meu primo se jogou na porta e a arrombou. Dentro do cômodo tinha bastante coisa, troféis, uma bola de basquete, algumas revistas velhas, e outra coisas. Levamos tudo, pegamos tudo o que podíamos carregar e fomos embora( isso mesmo, não tinha ninguem esperando agente lá fora, fomos embora sem problemas).

Guardamos as coisas em casa mesmo, e fomos dormir o sono da recompensa. Alguns dias depois da pilhagem produtiva, estava eu voltando da escola, entrei em casa e ví que as coisas tinham desaparecido, fiquei preocupado, perguntei à meu primo das coisas e ele sabe tanto quanto eu: nada. Depois de me cansar de procurar encontrei minha mãe, não entendia o motivo mas ela estava com os olhos de quem vai matar alguém. E assim foi o diálogo:

_ Tiago, você voltou a entrar nos apartamentos das pessoas? Perguntava ela aos gritos
_ Claro que não, todo mundo sabe que só se deixa porcarias nesses apartamentos. Respondi
_ Então por que diabos, a mulher do prédio ao lado veio aqui em casa hoje cedo dizendo que viu você e o Felipe lá, na semana passada?
_ Mas.. Mas.. ela é louca, eu não fui lá não. Respodi, mas já com medo
_ Jà que não foi você, então porque a dona do apartamento veio aqui em casa pegar as coisas que segundo ela vocês roubaram?
_ O que? Mas ela não tinha ido embora?. Disse eu
_ Foi, mas tinha deixado algumas coisas pra pegar depois, e vocês dois chegaram e levaram.

A parte seguinte do diálogo eu prefiro sensurar, seguiu-se uma bela surra, e depois algumas semanas de castigo. Mas não parei por aí com os meus saques, fiz mais algumas vezes, até que fiquei mais velho e parei de querer as porcairas que ficavam pra trás.

E a lição da semana é: " Não deseje as porcarias alheias"

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Vamos fazer uma festa?

Vou contar com uma das minhas favoritas, é meio longa, mas vele a pena ler.


Num tempo muito distante, acho que em 2005 ou 2006( sei lá), eu e meu fiel escudeiro Leon( eu sei, ele tem um nome diferente,mas é gente boa pra caramba) estávamos procurando o que fazer, era dezembro, ambos estávamos de férias e cansados de jogar videogame. Fomos procurar um grande amigo nosso o Ryon( tambem tem um nome diferente eu sei, aliás se parece com Leon, mas são pessoas diferentes), na casa dele ele não estava, em qualquer dia normal eu teria desistido de procura-lo e ido fazer outra coisa, e na verdade foi exatamente o que eu fiz. Saímos eu e Leon das portas da casa do Ryon, e fomos jogar fliperama, ficamos bastante tempo jogando, até que as fichas e o dinheiro se acabaram.

E já devia ser umas 3 horas da tarde quando decidimos voltar no Ryon pra saber se ele já tinha voltado( sei lá aonde ele tinha ido). E o lafranhudo ainda não estava em casa, decidi me empenhar de corpo e alma na busca, passei mentalmente todos os endereços aonde ele poderia estar enfiado, alguns vieram rapidamente na memória e eu tratei de verificar, mas sempre era recebido com um " Não, ele não veio aqui", ou " Quem?Nunca ouvi falar.". Depois de muito tempo e suor empregados na busca, faltavam poucos lugares pra se verificar. Eu já estava exausto, tinha andado por horas e estava bastante sol( só pra se ressaltar, era verão), decidi procurar em um último endereço, uma garota que morava um pouco longe, ia ser uma boa caminhada de uns 2Km mais ou menos. Chegamos na casa da dita cuja, ela também não estava, o pai dela explicou que ela tinha ido comprar pão( ou alguma coisa do tipo) mas que não deveria demorar, não sei o motivo, mas ficamos esperando ela voltar. O pai da menina (eu nunca tinha visto na minha vida) era uma pessoa muito simpática, ofereceu coisa pra comer e beber, ligou a televisão e tudo. Mais ou menos 30 minutos desde a nossa chegada na casa da garota, e ela ainda não tinha voltado, comecei a ficar inquieto, e depois de mais alguns minutos ela chegou. Foi engraçado ver a cara dela de espanto quando abriu a porta e viu dois marmanjos sentados no sofá da casa dela comendo e vendo televisão na maior comodidade. O diálogo foi mais ou menos assim:

_Oi. Disse eu
_Oi. Ela respondeu meio sem graça
_Você por acaso sabe aonde ta o Ryon?
_ Tem alguns dias que eu não vejo ele, por que aconteceu alguma coisa?. Ela respondeu
_ Não, agente só ta procurando ele, e queria saber se ele não veio pra cá. Respondi
_ E vocês estão me esperando só pra perguntar isso?
_É, mas agente já ta indo embora. Respondi já me levantado e saindo pela porta.
-Thau.

Depois de alcançar a rua lembrei que tinha esquecido de me despedir do pai da menina, que por sinal havia nos tratado muito bem. Enfim, voltamos 2km pra casa do Ryon para enfim saber se o diabo tinha voltado pra casa, e por incrível que pareça ele tinha voltado. Depois ele contou que estava não sei aonde, fazendo não sei o que, e por sinal eu não conhecia esse endereço onde ele tinha se metido. Ficamos o final da tarde jogando videogame com ele. Ou seja, enquanto eu poderia simplesmente ter ficado em casa jogando sozinho, eu preferi andar a tarde toda procurando o Ryon para no fim da tarde acabar fazendo a mesma coisa.

Agora, depois de enrolar muito vem a tal festa. Conversamos e jogamos por algum tempo e descobrimos coisas interessantes:

1- Os pais do Ryon haviam viajado, e ele estava sozinho com o a irmã mais velha o fim de semana inteiro.
2- Nós já estávamos cansados de ficar jogando videogame.
3-A irmã dele não ia ligar se nós trouxéssemos alguns amigos.
4- A casa era grande.
5- O Lucas é maluco!( isso é outra estória).
Depois de analizar os prós e os contras resolvemos ligar pra todo mundo. A coisa saiu um pouco do controle, muita gente respondeu ao chamado. Acho que no total devia ser umas 20 pessoas.
Combinamos de fazer um churrasco e teríamos de comprar carne, nada que uma vaquinha ente os amigos não resolva, dinheiro vai e dinheiro vem e estávamos com a carne. Resolvemos não trazer bebida alcoólica para não piorar a situação de quase descontrole.

Acendemos a bonita churrasqueira que havia no quintal, trouxemos toda a aparelhagem de som de dentro da casa e botamos no quintal( inclusive uma televisão veio junto, pra passar uns clipes junto com as músicas, ideia interessante por sinal). Aí surgiu um problema, o carro da família estava estacionado no meio do quintal atrapalhando toda a movimentação, mas nada que alguns menores de idade e alguns inexperientes não resolvam. Pegamos chave do carro e estacionamos o carro em outro lugar.

Muita gente depois da organização tinha ido trocar de roupa e tomar banho,claro, em suas respectivas casas. Eu por sinal estava cansado demais pra ir em casa e fiquei por lá mesmo terminando de arrumar as coisas. Eu sei que tinha andado muito, estava cheirando mal, mas minha casa era longe e eu não queria ir lá, simplesmente entenda isso. No meio da bagunça que nós havíamos feito, achei uma arma(calma,não se espante, não era uma arma de verdade, era uma réplica de madeira de um rifle, muito bem feita por sinal, parecia de verdade) e fiquei andando com ela pela casa.
Aproximadamente às 8 horas da noite as pessoas começaram a voltar. Acendemos a churrasqueira e botamos a carne, ligamos o som bem alto e pusemos algums CDs pra tocar. Tudo estava correndo bem, a festa estava animada, estava ficando até divertido. Eu estava feliz da vida andando pela casa com a arma que havia encontrado e assim fiquei por um tempo. Não passou muito tempo desde o início da festa e eu fui verificar a porta da casa( não sei por que, mas fui ver como estavam as coisas) e com meu rifle em punho fui para a porta da frente. ao chegar percebi um carro chegando, não era a polícia fiquei aliviado, e quando fui abrir o portão e ver quem estava chegando( pensei muitas coisas, poderiam ser os donos da casa voltando mais cedo, poderiam ser vizinhos sem lugar pra estacionar, podia ser qualquer coisa), ao me aproximar do portão fui surpreendido por um só golpe vindo de fora que abriu o portão( quase me atingindo), e do lado de fora surgiu uma mulher que eu nunca havia visto na minha vida. Pronto estava lá eu com cara de pateta, com uma arma na minha mão, e com cara de totalmente culpado, fosse qual fosse meu crime. A tal mulher partiu em disparada para dentro da casa gritando o nome da irmã do Ryon( temporariamente dono da casa), pronto era a minha chance de correr e avisar pra todo mundo que alguém tinha invadido a casa, e assim fiz correndo pelo quintal. No meio da corrida percebi algo se aproximando, e era a tal mulher de novo, e dessa vez vindo com toda a velocidade, a essa altura eu já havia deixado a arma em qualquer lugar e só queria avisar pra todo mundo acabar com a festa toda. Ela passou por mim como um foguete e foi em disparada para o epicentro da festa, e foi mais ou menos assim:

_ Sai todo mundo daqui! Disse ela aos berros(a música estava bem alta, e ela bem descontrolada)

Tudo parou, desligaram o som e ficamos esperando uma explicação pra tamanho escândalo. E foram chamar o pobre do Ryon para que ele resolvesse a situação.Qual foi a surpresa dele quando viu a mulher, eu estava por perto e ele ficando de todas as cores do azul sufocante, ao branco desespero.

_Olha o que você fez na casa dos seus pais, seu irreponsavel! Continuava a mulher aos berros
_ Mas... Mas... . Tentava se explicar o pobre diabo do Ryon
_ Sai todo mundo daqui antes que eu chame a polícia pra expulsar vocês. E continuava berrando

Ninguém entendia nada, e a mulher gritava coisas e mais coisas, e todos esperando uma reação do tal dono temporário da casa. Até que ele explicou que a mulher era uma tia dele e que era melhor agente ir embora.

_ Quem mexeu no carro? Esse carro não estava naquele canto. Olha o só o que vocês fizeram com a casa. Meu Deus olha a churrasqueira. Continuava a mulher, agora avaliando o estrago, porém aos berros.

Fomos embora, e conforme íamos juntando os pertences, a mulher vinha gritando, mandando que fossemos embora no mesmo instante. No meio da confusão ficamos na rua com alguns cds, um pedaço de carne meio tostado, e muitas dúvidas. Até que alguém deu falta de um violão que havia sido deixado na casa. A solução era voltar e pedir, mas havíamos sido expulsos, como pedir pra voltar?, no fim das contas alguém foi e trouxe o violão, mas é claro com a mulher gritando às suas costas.

No fim aprendemos uma valiosa lição: " Nunca faça uma festa na casa de alguém que tenha um parente louco, que fica gritando com todo mundo".

Ah, sim outra lição: " Se ao procurar alguém você logo não o encontrar, fuja pois as coisas vão piorar" Eita,rimou.

Depois disso fui para casa, e a famosa festa ficou na lembrança das pessoas por dias, semanas, meses, bimestres, semestres e anos. Até hoje isso me tira umas boas gargalhadas.

domingo, 23 de novembro de 2008

Vespas Assassinas



É engraçado às vezes como o ócio transforma coisas estúpidas em coisas interessantes. Sem nada para se distrair agente acaba sendo atraído por qualquer coisa mesmo. E é assim que começa esse episódio.

Era o dia 11 de fevereiro de 2007, um domingo, estávamos eu, Lucas e Rodolofo no quintal da casa de Rodolfo, e tentando passar o tempo antes das aulas começarem no dia seguinte. Começamos tentando iniciar uma campanha de Rpg, o que não deu certo, pois essas coisa levam muito tempo e todos estariam atarefados apartir do dia seguinte. Mas mesmo assim tentamos começar alguma coisa naquele dia. E assim ficamos por horas e horas do dia, conversando e fazendo as fichas.

E depois de muitas horas do início da preparação, ela apareceu, linda, brilhante, e voando?. Isso mesmo, não era uma simples pessoa, era uma linda vespa. Ficamos observando o voo da dita cuja por alguns minutos, até alguem se manifestar. Ela era muito bonita, preta com detalhe em laranja e amarelo, voava bem rápido. Não sei exatamente por qual motivo, mas ficamos encantados com o inseto, talvez por medo, ou admiração, ou até inveja ( pelo fato de nenhum dos 3 poder voar).

E assim começou tudo. Não me lmbro exatamente, mas 1 dos 3 teve a brilhante idéia de capturar o inseto( não sei por que, mas quem nunca quis ter uma vespa de estimação). Começamos a bolar jeitos e maneiras de aprisionar a vespa, e os métodos iam desde a destruição do inseto até a captura em um balde. No fim das contas rodolfo trouxe um bamboo e tentou interceptar o animal, falhando asssim diversas vezes, pois a vespa era rápida mesmo.

Voltamos às pranchetas para bolar uma maneira de capturar a vespa. E no meio do planejamento encontrei um pedaço de capim, e comecei a tortura, trazia o capim bem próxima à orelha de um de meus companheiros, e o desespero era instantâneo, tapas deles mesmos uns nos outros achando que a vespa estava atacando. E fiz isso vezes e mais vezes, e sempre me divertindo e rindo.

Mas aí as coisas ficaram sérias, era hora de pôr os planos em prática. e o plano era mais ou menos assim:

" Alguém traria um balde e quando a vespa estiver perto do chão agente acerta ela. Ela ficaria presa no balde e todos ficariam felizes( exceto a vespa que seria capturada)."

E assim fizemos, Rodolfo trouxe o balde, Lucas ficou vendo a vespa voando ( a vespa voando, não o lucas) e eu fiquei perturbando ele com o pedaço de capim. Chegou a hora, Rodolfo esperou a posição certa da vespa, e jogou o balde. Na mosca (na verdade na vespa), acertou ela em cheio, ficamos felicícimos, gritamos e pulamos de alegria. Mas surgiu um grande problema a vespa estava dentro de um balde virado de tampa pra baixo no meio do quintal. Quem iria se arriscar para lenvantar o balde e possivelmente levar uma ferroada, como sempre ninguem se prontificou. E ficamos tentando bolar um jeito de tirar o inseto do balde e depois depositar em lugar mais apropriado.

No fim das contas decidimos virar o balde bem rápido, e por um saco plástico na boca do balde. E ficamos encarando obalde por minutos e mais minutos tentando arruamar coragem. Até que finalmente fomos, viramos o balde de uma vez e colocamos o saco plástico, mas nem um barulho, sem movimento algum, nada mudou.Decidimos tirar o plástico aos poucos, e olhar dentro do balde, e tiramos bem devagar, com medo da vespa voar e nos acertar. E bem devagar fomos abrindo e quando finalmente conseguimos abrir, não havia nada dentro do balde, absolutamente nada, ficamos frustados, era certeza de termos aprisionado o bicho dentro do balde e de uma hora pra outra ela desapareceu. Fiquei imaginando um grande truque de mágica, como o mágico Houdini, em que o mágico simplesmente desaparece de um lugar sem explicações no mínimo razoáveis.

E graças a essa caçada frustada ficamos entretidos por horas, até que chegou o fim do dia, e todos nos retiramos para nossos lares, com a certeza de nunca mais ver a linda vespa.

E com isso aprendemos uma valisosa lição: " Não conte com a vespa dentro do balde, ou como ovo dentro da galinha.. alguma coisa do tipo"

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Socos, Golpes e Ossos Quebrados.

Esse episódio se passou em maio em de 2008. Não acho ela uma das melhores, mas tem quem goste, e até quem ache graça.

Por volta do dia 1 de maio de 2008, estávamos eu, Lucas e Rodolfo, como sempre andando e conversando pelas ruas. E assim ficamos por horas e horas do dia, até que alguém levanta a brilhante ideia de ir procurar o Leon, para que assim a quadrilha ficasse completa.
E assim fizemos, fomos todos pelo caminho da roça em direção à casa do Leon. Ao chegar, não me lembro do motivo, mas ele não podia ir andar pela rua, mas podia ficar na portaria do prédio conversando com agente, e foi exatamente o que aconteceu, ficamos conversando por algum tempo.
Aí que as coisas se complicaram. Não sei explicar o motivo, mas comecei a dar um socos fracos no Leon, coisa de amigo sem nada pra fazer mesmo. Também não sei porque, mas todo mundo ficou animado com isso, eu dando socos cada vez mais fortes, e ele fazendo caras e caretas, aguentado e rindo. E cada vez o pessoal ficando mais empolgado, querendo que um dos dois se machucasse. E a coisa se complicando cada vez mais, surgiram novos desafios, o diálogo foi mais ou menos assim:

_Pode bater com força que eu não sinto dor. Pregava o Leon sendo atingido nas pernas.
_Cara. É melhor eu parar antes que alguém se machuque, minha mão já ta doendo. Disse eu
_ Não para não, continua. Diziam Lucas e Rodolfo
_ Pode pegar um cabo de vassoura e bater, porque eu não sinto dor. Dizia o Leon
_Tá maluco, vou quebrar a tua perna desse jeito. Diza eu tentando trazer sanidade a ele.
_Não. Pode trazer que eu não ligo. Desafiava o Leon
_ Ah é, então eu vou procurar e vou arrebentar essa tua perna. Dizia eu tentando colocar um pouco de medo nele.

E fui procurar o tal cabo de vassoura, mas não encontrei. Voltei no entanto com uma pedra de uns 10 kg que encontrei, e perguntei se servia, ele é claro disse que não podia porque ia doer muito. Então combinamos de eu dar somente mais um soco, porém seria com a força total, e assim eu fui, me concentrei( na hora não me passou pela cabeça que somos feitos de um material que é quebrável, e que eu estava desafiando a física), fechei os olhos e avancei de uma vez só.

Poucos são os sons que me fazem ficar de cabelo arrepiado, mas sem dúvida o que eu ouvi naquele instante foi um desses sons. E nunca iria conseguiu reproduzi-lo com palavras, soltei um grito bem alto e pensei:
_ Aconteceu alguma coisa, alguem se quebrou nessa brincadeira. Será que fui eu? Ou será que foi ele? Espero que tenha sido ele. Não tá doendo deve ter sido ele.

E tentei abrir a mão, qual não foi a minha surpresa quando somente respondiam 4 dedos na minha mão. O quinto dedo, vulgo mindinho, não respondia ao comando de abrir e fechar, só ficava lá parado me encarando.Olhei ao redor e todo mundo estava parado me encarando. Minha mão estava péssima, um buraco aonde deveriam haver ossos, roxa em alguns pontos, mas dor nenhuma. Como me ensinaram desde pequeno, se não dói é porque não quebrou, mas então porque diabos eu não conseguia abrir a mão?
Sái em disparada para casa dizendo:
_Desloquei meu dedo, desloquei meu dedo!

Cheguei um pouco desorientado em casa, com o desespero tomando lugar. Dei alguns socos na porta da sala esperando alguém abri-la. Enfim, fui ao hospital e descobri que havia fraturado a base do quinto dedo da mão direita, que essa era uma fratura comum em boxeadores, e que iria ficar "15 dias" engessado. A princípio achei o gesso confortável, era macio por dentro. E os quinze dias trasformaram-se em 1 mês, foi aí que os médicos constataram que os ossos tinham passado por uma rara complicação e que no fim das contas o osso tinha saido tudo do lugar e teria de fazer uma cirurgia pra corrigir.

Na época eu estudava para concursos militares, e fiquei aterrorizado com a idéia de ficar reprovado por causa desse problema. Passei pela tal cirurgia e fiquei mais 1 mês engessado, o gesso que antes era confortável ficou fedorento e coçava demais. No fim de 2 meses tirei toda a parafernalha, gesso, os pedaços de ferro que davam sustentação para os ossos, os pontos e tudo mais.Me senti um novo homem, livre dos ferros, livre do gesso. No entanto, tive problemas na reabilitação, perdi muita força no braço direito, não conseguia abrir portas, nem garrafas, nem a maioria das tarefas do cotidiano.

Pronto, fui encaminhado para uma fisioterapeuta, e lá fui me recuperando aos poucos. E hoje 7 meses depois do acidente eu ainda não consigo fechar minha mão por completo e ainda faço fisioterapia pra recuperar minha força,o mais incrível, fui informado pelos médicos que nunca mais conseguirei fechar meu dedo por completo na vida. Em uma simples brincadeira me mutilei pelo resto da vida.

E com isso aprendi uma valiosa lição: " Nunca brinque com os seus amigos, seja uma pessoas pacífica e aprenda a hora de parar."